Padilha recusou o convite após sofrer resistências nos bastidores, principalmente de Renan e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Como justificativa oficial, Padilha justificou a recusa alegando motivos pessoais: um filho recém-nascido. "A presença do Michel, dentre outras coisas, pode melhorar muito a qualidade da coalizão. Um dos grandes problemas do Brasil é que a coalizão não tem fundamento programático. É fundamental que ela tenha um fundamento. A coalizão é em torno de quê? O Michel é a melhor pessoa para estabelecer isso", disse Renan, em rápida entrevista após visitar, na Comissão de Serviços de Infraestrutura, o ministro de Minas e Energia e senador licenciado, Eduardo Braga (PMDB-AM).
'Capenga'
No final de fevereiro, Renan Calheiros chegou a dizer que a aliança de partidos que dão sustentação ao governo Dilma estava "capenga". Ele se queixou do fato de que o PMDB vinha sendo alijado das principais decisões tomadas pelo Executivo.
O presidente do Senado, contudo, esquivou-se de responder se a operação que culminou na indicação de Temer - com a extinção da Secretaria de Relações Institucionais, ocupada pelo petista Pepe Vargas - foi atrapalhada. Ele disse que a indicação de Temer foi uma medida "ousada e competente" e que, na avaliação dele, cria um ambiente para que se faça uma "revisão geral" da forma de atuação política do governo.
Para Renan Calheiros, Temer "qualifica muito" a relação com o Congresso e com os partidos. O vice-presidente presidiu a Câmara dos Deputados em três oportunidades. "Ninguém melhor do que o presidente Michel Temer para exercer com competência essa tarefa que é, como todos sabem, complexa", destacou..