Em uma articulação complicada conduzida por Dilma, Temer passou a acumular desde ontem a vice-presidência e a articulação política do Planalto junto ao Congresso. A primeira missão de Temer no Parlamento será a de tentar garantir que seja aprovado o pacote com ajustes fiscal enviado pelo Executivo.
"Em primeiro lugar, vieram todos os lideres e presidentes de partidos. Ontem havíamos pré-ajustado que eu traria um documento para que eles assinassem no sentido de que as medidas do ajuste fiscal e econômico, patrocinadas pelo governo, seriam naturalmente examinadas pelo Congresso Nacional, eventualmente ajustadas pelo Congresso Nacional. Portanto, nada que importe despesa ou redução das receitas seriam neste momento examinadas", considerou Temer, sobre o resultado da reunião de hoje.
O vice-presidente minimizou também a possibilidade de o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, se afastar da relação com o Congresso. Essa é uma das demandas de setores do PT ligados ao ex-presidente Lula e de integrantes da base aliada. "É claro que cada um terá as suas tarefas.
"Não é exatamente porque eu assumi (que as arestas entre os dois partidos vão acabar). Acho que a tendência natural é exatamente essa. Estamos há três meses do governo, houve muitas conversações. O diálogo continua muito sólido. Tenho enfatizado que o Executivo só pode governar se tiver apoio do Congresso Nacional. Apoio no sentido político, mas também no sentido Legislativo. E eles (os líderes da base aliada) estão de acordo com isso. Não é o PT e o PMDB que estão em pauta. O que está em pauta é a base aliada, que tem de estar reunificada em torno dos projetos do governo e auxiliando nos projetos do governo", ressaltou Temer.
A junção da vice-presidência com a SRI deixa ainda pendente a situação do ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que perdeu no ano passado a disputa pelo governo do Rio Grande do Norte e não tem mandato eletivo. Ele insiste em ir para o ministério do Turismo que, por sua vez, está ocupado por Vinicius Lages, apadrinhado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O senador tem dito para integrantes da legenda que não vê problemas em Henrique Alves ocupar o Turismo e que a resistência ao nome do ex-deputado para ocupar um cargo na Esplanada está em Dilma e não nele.
Segundo Temer, Henrique Alves "seguramente" irá integrar o governo.