A presidente Dilma Rousseff afirmou, em entrevista para o canal CNN en Español, que tem certeza de que sua campanha presidencial não teve "dinheiro de suborno" de empresas envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras revelado pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Dilma também disse que prestou contas ao tribunal eleitoral e que elas foram "auditadas e aprovadas".
"Se dinheiro de suborno chegou a alguém, essa pessoa será responsável. Eu tenho certeza de que minha campanha não teve dinheiro de subornos", afirmou a presidente durante a entrevista para a jornalista e apresentadora colombiana Patricia Janiot. "Qualquer cidadão brasileiro deve prestar contas, eu prestei contas ao tribunal eleitoral, apresentei minhas contas, que foram auditadas e foram aprovadas", disse.
A presidente não está na lista de investigados pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito da Lava-Jato enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na semana passada, Janot reafirmou a líderes da oposição na Câmara, que haviam questionado o procurador-geral, que não via razão para que Dilma fosse investigada.
Coordenador
Na relação de investigados, consta o ex-ministro dos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma, Antonio Palocci, que coordenou a primeira campanha da presidente, em 2010. Palocci foi citado em depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa como destinatário naquele ano de R$ 2 milhões saídos de propinas pagas por empreiteiros com contratos na Petrobras. Ainda segundo Costa, quem fez o pagamento foi o doleiro Alberto Youssef. Também delator, Youssef negou ter feito esse pagamento a Palocci.
A participação da presidente no canal de notícias foi gravada na terça-feira, 7, no Palácio do Planalto em Brasília. A emissora dividiu a entrevista em três partes e transmitiu ontem a primeira delas, com três minutos de duração e que teve como tema o caso de corrupção ligado à Petrobras. Na entrevista, Dilma também afirmou que o esquema envolvendo diretores da estatal só foi revelado após a atuação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, que descobriram "toda a estrutura dos subornos".