Há sete meses, Paulo Roberto Costa havia dito que as empresas fixavam em suas propostas uma margem de sobrepreço de cerca de 3%, em média, para repassar a partidos políticos, especialmente PT, PMDB e PP. A delação premiada foi homologada no Supremo Tribunal Federal (STF) em 29 de setembro e, caso a Justiça constate que houve rompimento do acordo – de falar apenas a verdade –, ele poderá perder benefícios. Acusado de comandar o esquema de propinas na Diretoria de Abastecimento, Costa foi preso por duas vezes durante a Operação Lava-Jato. Graças ao acordo de delação premiada, ele obteve o benefício da prisão domiciliar.
O advogado de Costa, João Mestieri, nega que o cliente tenha mudado a versão sobre o preço das obras. “Não é uma mudança de delação.
Costa afirmou ainda que a ex-presidente da estatal, Graça Foster, atuou em duas obras em que houve participação do cartel. São elas os gasodutos de Pilar- Ipojuca, em Pernambuco, e de Urucu-Coari, no Amazonas. Costa disse também que os orçamentos da Petrobras, que devem ser sigilosos, não eram repassados às empreiteiras, ao contrário do que apontam os procuradores da Lava-Jato. As licitações seguiriam a legislação. O dinheiro apreendido na casa dele – US$ 181,5 mil e 10.855 euros –, segundo o ex-diretor, seria legal, e não obtido com suborno, embora não tenha sido declarado à Receita Federal.
O acordo de delação firmado com o doleiro Alberto Yousseff, também pode ser invalidado. Isso porque, em pacto anterior, de 2003, acertado com o juiz federal Sérgio Moro, ele teria mentido e omitido o nome de seu principal cliente, o ex-deputado federal José Janene (PP-PR), réu do mensalão, morto há cinco anos em decorrência de problemas cardíacos.
Com agências.