A determinação do governo de Minas para que todos os projetos de ampliação do metrô de Belo Horizonte sejam revisados colocou a administração estadual em choque com o prefeito Marcio Lacerda (PSB). O socialista apresentou a obra como uma de suas prioridades para a área de mobilidade urbana e investiu, com a Metrominas – órgão formado pelas prefeituras de BH, Contagem, Betim e pelo governo estadual –, cerca de R$ 60 milhões na elaboração de projetos executivos, perfurações e sondagens do solo no trecho em que estava prevista a construção da Linha 3, que ligará a Estação Lagoinha à região da Savassi. Entre 2012 e 2013, as sondagens foram feitas ao longo da Avenida Afonso Pena e na Região da Savassi. A obra, no entanto, foi colocada em segundo plano pela nova gestão estadual. “O projeto da Linha 3 ainda não está em análise entre governo de Minas e Coompanhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). A prioridade é a modernização da Linha 1 e a construção da Linha 2”, informou, por meio de nota, a Secretaria de Transporte e Obras Públicas (Setop).
“O governo do estado não comunicou essa decisão à prefeitura. Não houve discussão sobre esse planejamento no Conselho da Metrominas, o qual tem a participação da PBH. Levei a questão do metrô ao governador Pimentel há algumas semanas e aguardo o retorno”, afirmou o prefeito Marcio Lacerda.
Esse trecho seria a primeira parte da Linha 3, que receberia, no futuro, em outros aportes do governo federal, recursos para ser estendida até o Morro do Papagaio – obra que também foi prometida pela presidente Dilma Rousseff (PT). Em janeiro de 2014, a petista esteve em Belo Horizonte para anunciar a construção do segundo trecho da Linha 3, que teria uma extensão de 2,3 quilômetros e outras três estações: mais uma na Savassi; outra na altura da Avenida Uruguai; e a última no Morro do Papagaio.
Nesta semana, após o governador Fernando Pimentel (PT) apresentar o balanço das contas do estado, a Setop informou que 2015 deve ser um ano sem obras de grande porte para a ampliação do metrô. O anúncio jogou por terra a expectativa de que a combinação de governos petistas nas esferas federal e estadual poderia representar a liberação de verbas com maior agilidade para obras importantes de Minas Gerais. Segundo a presidente Dilma informou aos prefeitos, em reunião no Palácio do Planalto na quarta-feira, os novos investimentos previstos para 2015 devem ficar para os próximos anos.
Previsão
Apesar de informar que os projetos para a Linha 2, que ligará a Região do Barreiro ao Bairro Nova Suíça, e para as melhorias na Linha 1 (Venda Nova/Eldorado) já estão prontos, a Setop não tem previsão para o início das obras e atribuiu ao governo anterior a responsabilidade pelo atraso nas obras. “No momento, o governo de Minas discute o projeto com a CBTU. Apenas após essa fase de refinamento será possível fazer qualquer previsão sobre o início da obra. A expectativa é de que essa fase seja concluída ainda neste semestre. Os projetos executados pela Metrominas/Setop até 2014 não foram discutidos com a CBTU, motivo central do atraso na execução do empreendimento”, informou, por meio de nota, a Setop..