A Polícia Federal desencadeou na manhã desta sexta-feira a 11ª Fase da Operação Lava-Jato, batizada de “A Origem”. Cerca de 80 policiais federais cumprem 32 mandados judiciais: sete mandados de prisão, nove mandados de condução coercitiva e 16 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Entre os presos estão os ex-deputados André Vargas, que teve o mandato cassado e foi expulso do PT, Luiz Argôlo (SD-BA) e ex-parlamentar já condenado e atualmente cumprindo pena no mensalão do PT, Pedro Corrêa (PP-PE). Também foram presos a secretária de Argôlo, Helia Santos, e Ricardo Hoffman, diretor de uma agência de publicidade. Além destes foram detidos o irmão de André Vargas, Leon Vargas, e Ivan Vernon da Silva Torres.
Os ex-parlamentares são os três primeiros políticos a serem presos na operação e este fato dá nome à ação de hoje que faz referência ao envolvimento deles com o esquema do doleiro Alberto Youssef, descoberto nas primeiras etapas da operação, no ano passado
Na operação desta manhã foi decretado também o sequestro de um imóvel de alto padrão na cidade de Londrina, no Paraná, onde o doleiro Alberto Youssef começou sua atuação. A atual fase da Lava-Jato tem por objetivo a investigação realizada em diversos inquéritos policiais e a partir da baixa de procedimentos que tramitavam perante o Supremo Tribunal Federal, apurando fatos criminosos atribuídos a três grupos de ex-agentes políticos, que abrangem os crimes de organização criminosa, quadrilha ou bando, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude a procedimento licitatório, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e tráfico de influência.
A investigação abrange, além de fatos ocorridos no âmbito da Petrobras, desvios de recursos ocorridos em outros órgãos públicos federais.
As medidas foram deferidas pelo juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba-PR. Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná, onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.
Ex-deputado
No caso do ex-deputado André Vargas (sem partido), a relação entre o ex-parlamentar e o doleiro Alberto Youssef, um dos principais alvos da operação e acusado de liderar um esquema de lavagem de dinheiro internacional, veio a tona desde o começo das investigações. A PF interceptou contatos entre o doleiro e o deputado - 270 mensagens de texto trocadas pelo aparelho BlackBerry, entre 19 de setembro de 2013 e 12 de março de 2014.
A suspeita é de que Vargas trabalhava em favor da rede articulada pelo doleiro, tendo inclusive feito lobby para o laboratório Labogen, de Leonardo Meirelles outro réu da Lava-Jato, no Ministério da Saúde.
O caso levou Vargas a ter o mandato cassado em dezembro do ano passado e também ser expulso do PT.
Com informações da Polícia Federal/Agência Estado e Correio Brazilienze
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