O encontro deve marcar a retomada das relações de alto nível entre os dois países, congeladas desde 2013, quando Dilma cancelou a visita de Estado que faria a Washington por conta do escândalo de espionagem da National Security Agency (NSA). Desde 2013, as dificuldades de relacionamento entre os dois países impediram a retomada de várias negociações importantes para o Brasil, em especial as medidas de facilitação do comércio.
Inicialmente, a intenção era que Dilma voltasse a Washington em uma visita de Estado, que requer mais formalidades - incluindo um jantar de gala na Casa Branca - mas não haveria espaço na agenda este ano, apenas para 2016. Dilma optou, então, por diminuir a escala da visita, mas antecipá-la para este ano.
Em meio à crise econômica enfrentada pelo Brasil, a retomada das relações com os Estados Unidos é considerada crucial para o País. Com a balança comercial brasileira registrando déficits seguidos este ano, as exportações só tem crescido para os Estados Unidos - apesar das importações ainda superando as exportações.
O encontro entre os dois presidentes acontecerá na tarde deste sábado, em algum momento no meio da segunda plenária presidencial durante a Cúpula das Américas, que acontece no Panamá.
Depois dessa visita, a expectativa é que seja plenamente retomada a agenda de negociações entre os dois países. Entre os assuntos em aberto estão, por exemplo, a dispensa de vistos e o chamado acordo Open Skies, que permitiria a empresas aéreas dos dois países operar mais voos nos dois territórios.
O último encontro bilateral entre Dilma e Obama aconteceu em novembro de 2013, na Rússia, ainda no auge das discussões sobre o escândalo da NSA, quando o presidente americano prometeu pela primeira vez rever os procedimentos da agência. Desde então, as conversas tem acontecido com o vice-presidente, Joe Biden, que foi ao Brasil duas vezes - inclusive para a posse do segundo mandato de Dilma - e telefonou para a presidente diversas vezes.
Devem entrar na agenda não apenas os temas comerciais e a visita, mas também questões regionais, como a reaproximação dos Estados Unidos com a Venezuela, cuja intermediação de Dilma foi pedida pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro..