Cidade do Panamá, 10 - A visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos deverá acontecer no final de junho ou início de julho, de acordo com fontes do governo brasileiro. Os detalhes deverão ser acertados durante o encontro bilateral com o presidente americano, Barack Obama, na tarde deste sábado, 11. A data foi sugerida pelo governo brasileiro, depois que a previsão inicial, em setembro, foi negada por problemas na agenda da Casa Branca.
O encontro deve marcar a retomada das relações de alto nível entre os dois países, congeladas desde 2013, quando Dilma cancelou a visita de Estado que faria a Washington por conta do escândalo de espionagem da National Security Agency (NSA). Desde 2013, as dificuldades de relacionamento entre os dois países impediram a retomada de várias negociações importantes para o Brasil, em especial as medidas de facilitação do comércio.
Inicialmente, a intenção era que Dilma voltasse a Washington em uma visita de Estado, que requer mais formalidades - incluindo um jantar de gala na Casa Branca - mas não haveria espaço na agenda este ano, apenas para 2016. Dilma optou, então, por diminuir a escala da visita, mas antecipá-la para este ano.
Em meio à crise econômica enfrentada pelo Brasil, a retomada das relações com os Estados Unidos é considerada crucial para o País. Com a balança comercial brasileira registrando déficits seguidos este ano, as exportações só tem crescido para os Estados Unidos - apesar das importações ainda superando as exportações.
O encontro entre os dois presidentes acontecerá na tarde deste sábado, em algum momento no meio da segunda plenária presidencial durante a Cúpula das Américas, que acontece no Panamá.
Depois dessa visita, a expectativa é que seja plenamente retomada a agenda de negociações entre os dois países. Entre os assuntos em aberto estão, por exemplo, a dispensa de vistos e o chamado acordo Open Skies, que permitiria a empresas aéreas dos dois países operar mais voos nos dois territórios.
O último encontro bilateral entre Dilma e Obama aconteceu em novembro de 2013, na Rússia, ainda no auge das discussões sobre o escândalo da NSA, quando o presidente americano prometeu pela primeira vez rever os procedimentos da agência. Desde então, as conversas tem acontecido com o vice-presidente, Joe Biden, que foi ao Brasil duas vezes - inclusive para a posse do segundo mandato de Dilma - e telefonou para a presidente diversas vezes.
Devem entrar na agenda não apenas os temas comerciais e a visita, mas também questões regionais, como a reaproximação dos Estados Unidos com a Venezuela, cuja intermediação de Dilma foi pedida pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro.