Mas este acerto depende de outro, que é a definição sobre qual será o destino de Vinícius Lajes, atual titular da pasta que tem como padrinho político o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que não quer ver seu afilhado desalojado sem uma compensação.
Daí a importância da conversa que deve ser realizada nesta segunda-feira, 13, entre Temer e Renan. "São vários PMDBs e eles têm de se entender", comentou um interlocutor direto da presidente Dilma Rousseff. O que interessa ao governo é a estabilidade e a governabilidade. Quando este consenso estiver construído, as nomeações sairão", afirmou.
Com a tarefa delegada a Temer, a presidente espera ter mais sossego em relação a estas disputas, embora seja dela a decisão final das indicações. Ela espera que a habilidade de Temer amenize as disputas, por ele ser um integrante da sigla.
Coordenação
Dilma inicia a semana se reunindo com Michel Temer e a coordenação política de seu governo, às 9h, no Planalto. Além de avaliar as manifestações do domingo, 12, a pauta do encontro inclui estas nomeações. O governo sabe que vai ter de discutir, por exemplo, as nomeações do setor elétrico, cobiçadas por vários setores do PMDB e do PT.
Porém, os principais cargos de direção da Eletrobras, responsável por diversos programas estratégicos do governo, não devem entrar nas primeiras rodadas de negociações.
Segundo um representante da cúpula do PT, neste momento a presidente pretende mexer apenas na composição das seis subsidiárias, mas não no comando da Eletrobrás, atualmente presidida por José da Costa Carvalho Neto, considerado técnico e apartidário.
Lideranças dos partidos da base aliada têm a expectativa de que Michel Temer conclua um estudo sobre a divisão dos espaços do segundo e terceiro escalão nos próximos dez dias.
Parlamentares do PMDB afirmam que Temer já sinalizou que dará atenção especial ao partido, principal condutor da crise com o Palácio do Planalto. O problema é que, além de atender aos pleitos das bancadas da Câmara e do Senado, Temer terá de administrar também o descontentamento de outros setores do PMDB, que o criticam por privilegiar a sua "entourage" na composição ministerial, realizada no inicio do ano pela presidente.
Neste novo desenho da articulação da política, tirada do PT e entregue ao PMDB, o governo criou outra aresta com a ala histórica dos petistas, que sempre defendeu o governo.
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