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Estado de Minas

Aécio vai convidar líderes dos protestos para conversa, diz tucano

O presidente do PSDB de Minas, deputado Marcus Pestana, disse que a estratégia é tentar uma aproximação


postado em 13/04/2015 15:37 / atualizado em 14/04/2015 12:11

Segundo o presidente do PSDB de Minas, deputado Marcus Pestana, o senador Aécio Neves não foi às manifestações
Segundo o presidente do PSDB de Minas, deputado Marcus Pestana, o senador Aécio Neves não foi às manifestações "para não parecer oportunismo" (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

O presidente do PSDB de Minas, deputado Marcus Pestana, disse nesta segunda-feira, que presidente nacional do partido, senador Aécio Neves, vai convidar nos próximos dias os movimentos que lideram as manifestações contra o governo Dilma para uma conversa. "É para entender. 'Vem pra Rua, qual sua visão do Brasil? Movimento Brasil Livre, o que você quer da gente? Como está vendo o futuro do Brasil?'", explica o deputado.

Segundo o relato do deputado mineiro, pela característica difusa dos movimentos, Aécio tentará uma aproximação cautelosa. Pestana lembrou que alguns dos movimentos não querem a participação de partidos e de políticos. "Como você vai tomar café na casa de alguém que não te convidou?", questiona o deputado antes de completar: "O passo que temos que dar agora, as oposições, é um diálogo com esses movimentos para clarear isso. Nos querem lá?", disse.

Pestana disse que foi ao protesto de ontem em Belo Horizonte, mas defendeu a opção do presidente nacional do PSDB, que mais uma vez convocou os manifestantes mas não foi às ruas. "O Aécio não estava porque a situação dele é muito singular. Ele é o estuário e é, possivelmente, o herdeiro desta situação. Ele não quer que pareça oportunismo", defendeu Pestana, um dos políticos mineiros mais próximos de Aécio. "Cada bobagem que a Dilma faz cai no colo dele por gravidade", completou o tucano.

O deputado mineiro negou que Aécio tenha deixado de ir às manifestações por medo de ser vaiado. "A reflexão política dele é que a presença dele pode dar argumento aos nossos adversários de que há um terceiro turno", disse Pestana, antes de listar os perigos da participação do tucano nos protestos. "Imagina se o Aécio vai num movimento difuso e o cara pede um selfie com a camisa pedindo a volta dos militares. Aí o PT faz uma festa. Tudo é mais complexo do que parece", afirmou Pestana, que disse que Aécio considerou participar dos protestos, mas desistiu.

Intervenção militar


Pestana, disse hoje, ao comentar sobre os grupos que pedem intervenção militar nas manifestações, que o PSDB não vai "patrocinar nenhuma aventura autoritária". Sobre as críticas que o PSDB vem recebendo de manifestantes, que cobram uma oposição mais incisiva dos tucanos ao governo federal, Pestana se defendeu dizendo que o partido tem feito seu papel no Congresso impondo derrotas ao governo, como no caso da terceirização.

"Há um expectativa nas ruas de uma aceleração. Se fosse no parlamentarismo, o gabinete Dilma já teria caído. Mas nós não patrocinaremos nenhuma aventura autoritária ou retorno ao passado. Temos um compromisso radical com a democracia", disse Pestana.

Fiat Elba

Ao falar sobre a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff, Pestana foi cauteloso e disse que não há substância jurídica ou provas "densas, substantivas ou inequívocas" do envolvimento da presidente com corrupção. Na visão do deputado, o impeachment não pode ser um "ponto de partida" das manifestações, mas uma possibilidade de chegada para as investigações. "Quem vai dar o tom e o ritmo (das investigações) é a operação Lava Jato e a CPI da Petrobras".

O deputado disse que há apoio social para o impedimento, mas faltam apoio congressual e "a Elba do Collor", numa alusão ao carro comprado com cheque-fantasma que derrubou Fernando Collor de Mello. "Um processo de impeachment teria que ter, para começo de conversa, um apoio do PMDB".


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