Disputa eleitoral em 2016 ameaça filiação de vereadores do PTdoB em BH

Flávia Ayer
Impasse no PTdoB ameaça a permanência no partido dos vereadores de Belo Horizonte Veré da Farmácia, Pelé do Vôlei e Vilmo Gomes.
A saída dos parlamentares estaria ligada à formação da chapa para disputar as eleições de 2016, mas também ao fato de os três terem apoiado o nome de Wellington Magalhães (PTN) para a presidência da Câmara Municipal. O PTdoB contava com candidato próprio – o vereador Orlei – na disputa pelo posto máximo do Legislativo municipal. Atualmente, o partido tem cinco cadeiras na Câmara.

O assunto foi discutido em reunião entre os políticos e o presidente nacional da legenda, o deputado federal e ex-vereador Luís Tibé. “Com cinco vereadores disputando as eleições, o PTdoB não conseguiria montar chapa”, explica Orlei, que participou da reunião. “Mas a expulsão também é uma questão partidária”, reforça o parlamentar, em referência ao apoio que os colegas deram ao então adversário Wellington Magalhães.

Segundo Orlei, demais candidatos ficariam desestimulados a entrar na disputa pelo PTdoB considerando que há cinco parlamentares com forte chance de se reelegerem. Sem conseguir atrair mais nomes para a chapa, o partido correria o risco de conquistar poucos votos no total. Numa eleição proporcional, o número de cadeiras a que cada legenda tem direito está relacionado ao total do partido.
No último pleito, para eleger um único vereador, o partido teria que ter, no mínimo, 30,6 mil votos. Juntos, os cinco parlamentares eleitos tiveram 28,8 mil votos. Os três vereadores com permanência ameaçada são que tiveram menor número de votos em 2012.

‘CABEÇA ERGUIDA’ Sem entrar em detalhes, Pelé do Vôlei afirma que a decisão sobre a sua situação e a dos colegas só ocorrerá daqui a duas semanas e novos encontros com Tibé serão marcados. “Não assinamos nada”, afirma o parlamentar, que conta ter sido procurado pelo PSDB, PSB, PDT e PTN. A tentativa seria negociar a saída da legenda, mas com a continuidade no exercício do mandato. “Se, por acaso, perder o mandato saio de cabeça erguida. Muito me orgulho do meu legado”, reforça. Veré da Farmácia afirma que está aguardando os desdobramentos. “Mas eles deram liberdade para votarmos no Wellington”, justifica. Vilmo Gomes preferiu não comentar.

O presidente da Casa acredita que a fidelidade partidária seja um pretexto para retirada dos parlamentares. “Os três me apoiaram, mas isso é só uma desculpa que estão usando porque não vão conseguir montar chapa. Estou solidário ao Verê, Pelé e Vilmo, que pediram ajuda ao meu advogado. Os três são competentes e já foram convidados para entrar em vários partidos”, afirma Magalhães, que tem Pelé do Vôlei como 2º secretário da mesa diretora.
A reportagem tentou por diversas vezes contato com Luís Tibé, pelo celular, no gabinete e no diretório do partido, mas não teve retorno..