Em meio ao fogo cruzado dentro do PMDB e a crise do partido com o governo Dilma Rousseff (PT), os principais nomes do PMDB mineiro desembarcaram nessa terça-feira (14) em Brasília para reuniões com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), e o vice-presidente da República, Michel Temer. Na mala, o discurso de “paz” e o apoio incondicional ao novo papel delegado por Dilma a Temer na semana passada: a articulação de projetos de interesse do Executivo no Congresso Nacional. Na prática, o vice passará a participar efetivamente das decisões do núcleo central do governo.
Segundo Antônio Andrade, outro objetivo é discutir mecanismos para ajudar na superação da crise, até para evitar prejuízos para o estado. Antônio Andrade reforçou que a dificuldade na relação entre Executivo e Legislativo é prejudicial não só para o governo federal, mas para estados e municípios, que muitas vezes dependem de projetos que tramitam no Congresso Nacional. “Cada um tem que ceder em benefício do nosso país. Isso pode causar uma retração na economia, e claro que Minas Gerais fica prejudicada”, argumentou o vice-governador. Na pauta de discussões está incluída reivindicações do estado. A única citada pelo vice, que preferiu não divulgar o teor dessa pauta da conversa com Eduardo Cunha, foi a criação de uma sede do Tribunal Regional Federal (TRF) em Belo Horizonte.
Projeto de lei nesse sentido foi aprovado no ano passado, mas uma ação questionando o assunto chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF). O então ministro Joaquim Barbosa – aposentado no ano passado – concedeu uma liminar suspendendo a instalação do órgão no estado, e desde então a questão está parada. O governo mineiro quer que o Legislativo ajude na pressão para que a ação entre na pauta de julgamentos do Supremo o mais rápido possível.
Jantar
À noite, os peemedebistas mineiros participariam de um jantar na casa de Michel Temer, quando iriam hipotecar apoio à sua tarefa de novo coordenador político do governo. O peemedebista assumiu a função no último dia 7.
Em reunião com todos os partidos aliados, representantes das legendas assinaram um pacto de responsabilidade fiscal que veta a votação de propostas que aumentem despesas ou cortem receitas.