No entanto, segundo esse interlocutor, não há preocupação de que as arrecadações feitas pelo PT nos últimos anos possam trazer implicações negativas ao governo ou que se tente fazer qualquer associação com doações de campanha em 2010 ou 2014, sob a justificativa de que elas passavam por canais diferentes. Ele lembrou que, em 2010, quem cuidava da arrecadação para a campanha de Dilma era José Filippi Júnior e, em 2014, Edinho Silva, nomeado recentemente ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
"Não tem qualquer possibilidade disso (problemas para a presidente)", insistiu o interlocutor ouvido pelo Estado, acrescentando que "não há como fazer associação entre as arrecadações do partido e as da campanha da presidenta". Embora, oficialmente, nenhum integrante do governo, a princípio, deva se pronunciar sobre o assunto, há um constrangimento grande por causa disso.
De acordo com essas avaliações internas, a notícia da prisão de Vaccari, neste momento de instabilidade política, em que o governo precisa aprovar medidas importantes no Congresso, como ajuste fiscal, "não é boa", "colabora com este clima instável" e é "mais um problema". Mas o governo tenta demonstrar total distanciamento dessas questões que são consideradas "embaraçosas", de qualquer forma.
Assessores da presidente também não acreditam que a prisão de Vaccari possa representar problemas diretamente para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Reconhecem, no entanto, que Lula, como principal figura do partido, acaba sendo contaminado e assimila um pouco desse desgaste que o partido está sofrendo.
A presidente Dilma já está no Palácio do Planalto, onde chegou por volta das 9h30.