Brasília - A prisão do tesoureiro o PT, João Vaccari Neto, não teria sido surpresa para o Palácio o Planalto. Mas, obviamente, foi considerada ruim. "É mais uma pedra nessa escadaria de desgaste que atinge o PT e que, de alguma maneira, tem algum tipo de reflexo no governo, que é do partido", disse um dos interlocutores da presidente Dilma Rousseff ao jornal O Estado de S. Paulo.
"Não tem qualquer possibilidade disso (problemas para a presidente)", insistiu o interlocutor ouvido pelo Estado, acrescentando que "não há como fazer associação entre as arrecadações do partido e as da campanha da presidenta". Embora, oficialmente, nenhum integrante do governo, a princípio, deva se pronunciar sobre o assunto, há um constrangimento grande por causa disso.
De acordo com essas avaliações internas, a notícia da prisão de Vaccari, neste momento de instabilidade política, em que o governo precisa aprovar medidas importantes no Congresso, como ajuste fiscal, "não é boa", "colabora com este clima instável" e é "mais um problema". Mas o governo tenta demonstrar total distanciamento dessas questões que são consideradas "embaraçosas", de qualquer forma.
Assessores da presidente também não acreditam que a prisão de Vaccari possa representar problemas diretamente para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Reconhecem, no entanto, que Lula, como principal figura do partido, acaba sendo contaminado e assimila um pouco desse desgaste que o partido está sofrendo.
A presidente Dilma já está no Palácio do Planalto, onde chegou por volta das 9h30. Ainda pela manhã a presidente recebe representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), reunião que estava agendada para as 10 horas e, à tarde, às 15 horas está prevista em sua agenda a 14ª Reunião do Conselho Consultivo do Setor Privado (Conex).