Brasília - Os parlamentares investigados na Operação Lava-Jato poderão prestar depoimento também na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR). As oitivas solicitadas pela procuradoria nos pedidos de abertura de inquérito vinham sendo realizadas na sede da Polícia Federal em Brasília. No último mês, a PF já colheu depoimentos de Humberto Costa (PT-PE) e de Lindbergh Farias (PT-RJ), além de ouvir os deputados do PP no Rio Grande do Sul, Jerônimo Goergen, Renato Molling e Luiz Heinze. No entanto, os parlamentares têm se queixado de ir até a PF para prestar os esclarecimentos em relação à Operação Lava-Jato e têm pedido para serem ouvidos na sede da PGR, onde há maior discrição no acesso ao prédio.
Extensão de prazo
Na terça-feira, 14, a PF pediu ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), a extensão do prazo das diligências para mais seis dos 26 inquéritos abertos na Corte. Os pedidos são referentes às investigações dos senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE); da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB-MA); e dos deputados federais José Otávio Germano (PP-RS) e Nelson Meurer (PP-PR). Houve um pedido de dilatação de prazo também para o inquérito que apura se houve formação de quadrilha e que envolve 40 investigados. A PF já havia pedido na segunda-feira, 13, a prorrogação de prazo de outros 15 inquéritos, que envolvem 13 políticos. Além da lista de prorrogação de prazo que já chegou ao STF, também foi encaminhada ao Tribunal o pedido de autorização para realizar novas diligências no caso do deputado Fernando Collor de Mello (PTB-AL).
Os investigadores querem estender o trabalho, por exemplo, nas duas investigações que apuram possível envolvimento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE). A PF pediu também prorrogação de prazo para três inquéritos que investigam o deputado João Pizzolatti (PP-SC), além dos casos relativos aos deputados Simão Sessim (PP-RJ) e José Mentor (PT-SP); aos senadores Valdir Raupp (PMDB-RO), Humberto Costa (PT-PE), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Antonio Anastasia (PSDB-MG); e ao ex-deputado Roberto Teixeira. Houve pedido para estender os trabalhos ainda nos dois inquéritos que investigam o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Benedito de Lira (PP-AL) e em um dos inquéritos referentes ao deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).
Os pedidos de extensão devem ser analisados por Zavascki, que deve ainda abrir prazo para que a PGR se manifeste sobre o pedido da PF, já que a procuradoria é a autora dos pedidos de diligências. É considerado praxe no Tribunal atender às solicitações de mais tempo para finalizar as diligências. Além desses pedidos, o ministro relator da Lava-Jato deverá analisar os pedidos de agravo apresentados pelas defesas de pelo menos quatro investigados.