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Estado de Minas

Ministro da Defesa diz que não vê motivo para afastamento de Vaccari

Jaques Wagner disse que não é do estilo de que "na suspeita, a gente vai logo se livrando", ao falar sobre o tesoureiro preso na Operação Lava-Jato


postado em 15/04/2015 14:01 / atualizado em 15/04/2015 14:27

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, afirmou no início da tarde desta quarta-feira, 15, que "pessoalmente" não vê motivo para o afastamento imediato do PT do tesoureiro do partido, João Vaccari, preso pela manhã em mais uma fase da Operação Lava-Jato.

"Eu não sou muito do estilo de que, na suspeita, a gente vai logo se livrando. Não acho que por aí se resolve nada. Se tiver culpas do partido, ele tem que revisitar, e vai fazê-lo agora no seu congresso. Tem que saber onde é que errou e como é que se trabalha para não errar de novo", disse o ministro em entrevista coletiva durante a feira de defesa e segurança Laad, no Riocentro.

Antes da declaração, o ex-governador da Bahia frisou que não falava em nome do governo nem do PT. Ele defendeu uma reforma política que "acabe ou limite muito" o financiamento privado de campanha e afirmou que escândalos não são prerrogativa do seu partido.

"Quero deixar bem claro aqui que não falo como governo, porque a investigação corre sob responsabilidade da Justiça Federal e do Ministério Público Federal, e nós estamos mantendo o tempo todo a independência e a harmonia entre os poderes, então não me cabe aqui fazer juízo de valor sobre a detenção. Imagino que o MP e o juiz Sérgio Moro apresentarão aos advogados e depois publicamente os motivos da detenção", declarou o ministro.

"Como petista, (penso que) qualquer partido brasileiro é entidade de direito privado, portanto o Vaccari não faz parte do governo. Pessoalmente, não estou dizendo que essa é a posição do partido, porque eu sei que tem pessoas que pensam diferente, eu não vejo motivo, a não ser pela impossibilidade dele exercer seu cargo, que ele tenha que sair até que se conclua definitivamente as investigações."

Articulador político no governo, o ministro voltou a defender a reforma política, afirmando que a legislação eleitoral está viciada e superada. "Se quisermos não nos assustar com outros episódios semelhantes, acho que a bandeira é a da reforma política, porque a máquina de fazer política está viciada. Não é um escândalo. A coisa errada é que a legislação política e eleitoral brasileira está superada, viciada", disse. "Tem que punir quem ficou comprovado que cometeu crime e preparar um ambiente mais sadio para o exercício da política, que não pode ser caso de polícia. Se ela em alguns momentos está sendo, então tem algum equívoco, até porque não é prerrogativa do meu partido. Está errado financiamento de campanha, está errado coligação proporcional, está errado o mercado do tempo de televisão."

Sobre a presidente Dilma, o petista afirmou que "se tem alguém que está distante disso tudo é ela". "Algumas coisas não colam, mesmo que a oposição queira. Naquela senhora, isso não tem aderência."


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