O procurador da República Carlos Fernando Lima afirmou que a prisão preventiva de João Vaccari se fundamenta no risco concreto de que ele continue praticando atos ilícitos "considerando que ele é tesoureiro do PT e arrecadou doações oficiais das empreiteiras" investigadas por formação de cartel e corrupção na Operação Lava-Jato na campanha de 2014.
Vaccari foi preso na manhã desta quarta-feira, quando saía de sua casa em São Paulo para uma caminhada. Em pedido de prisão, o Ministério Público Federal salientou que Vaccari está denunciado justamente por cobrar propina por meio de doações eleitorais oficiais.
"Sabíamos que doações oficiais escondiam operações de lavagem de dinheiro. Nós verificamos que Vaccari tem trajetória desse tipo de operação desde 2004", afirmou o procurador. Vaccari responde por recebimento de propina, por enriquecimento ilícito, usando sua filha para ocultar patrimônio, entre outras.
O procurador anotou que desde 2004, Vaccari "mantém uma trajetória nesse tipo de operação". Ele se refere à gestão do tesoureiro do PT na presidência da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, a Bancoop. Segundo o Ministério Publico Estadual paulista, Vaccari deixou um rombo de cerca de R$ 100 milhões na entidade. Em 2010, Vaccari foi denunciado criminalmente por lavagem de dinheiro e estelionato.
"Esses fatos vem sendo repetidos, há indicativos de que no caso Bancoop houve desvios para partido político", observou o procurador. "Essa atuação reiterada nos levou a acreditar necessária a prisão preventiva. Temos uma série de depósitos não identificados. Há transação financeira envolvendo a filha de Vaccari que indicam lavagem de dinheiro e a relação antiga dele com a OAS (empreiteira alvo da Lava Jato) e a Bancoop."