(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Delegado da Lava-Jato defende repatriação rápida e critica 'acórdão' com empresas

Márcio Anselmo defendeu mudanças em artigos do Código do Processo Penal que tratam da repatriação de recursos enviados ao exterior por meio de esquemas criminosos


postado em 15/04/2015 14:37 / atualizado em 15/04/2015 14:51

O delegado Márcio Anselmo, um dos responsáveis pela Operação Lava Jato, defendeu nesta terça-feira, mudanças em artigos do Código do Processo Penal que tratam da repatriação de recursos enviados ao exterior por meio de esquemas criminosos. A legislação prevê a devolução somente após o julgamento definitivo dos processos contra os envolvidos, ou seja, quando não há mais a possibilidade de recorrer. Na prática, isso pode levar décadas.

"Hoje, a legislação não favorece a repatriação. É necessário esperar o trânsito em julgado", reclamou Anselmo, acrescentando que a perspectiva em casos assim é "desanimadora". O delegado explicou que, na Lava Jato, a repatriação só está ocorrendo com rapidez porque os envolvidos fizeram delação premiada e concordaram com a devolução. Ele destacou que, com o dinheiro ressarcido na operação, é possível construir delegacias de combate à corrupção em todos os estados do País.

As críticas foram feitas durante evento em Brasília, no qual a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) lançou pacote de medidas para combater a corrupção. O presidente da entidade, Marcos Leôncio, defendeu que, nesses casos, o marco para a devolução seja a condenação na segunda instância.

Acórdão

O delegado demonstrou preocupação com os acordos de leniência em negociação entre a Controladoria-Geral da União (CGU) e empreiteiras da Lava Jato. Anselmo disse que cabe a celebração dos acordos, desde que haja um controle e que não seja feito um "acordão" que junte todas as empresas investigadas num só "balaio", salvando os contratos delas com o governo.

O Palácio do Planalto tem defendido os acordos com o argumento de evitar a falência das construtoras e o agravamento da crise econômica no Brasil. Questionado a respeito, o delegado reagiu: "Uma hora você precisa passar essa situação a limpo. Quem praticou os atos precisa ser responsabilizado. Não dá para pensar só na situação das empresas, até porque elas lucraram com isso (o crime)".


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)