O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), lamentou a aprovação da emenda que exclui empresas como Petrobras, Caixa e Banco do Brasil da lei que regulamenta a terceirização no País e disse que as demais emendas serão votadas na tarde desta quarta-feira, confirmando a recusa do pedido de adiamento feito pelo governo nesta manhã. "Os temas têm de ser enfrentados, têm de ser votados. O adiamento significa que querem evitar que ele seja votado. Acho que o plenário é soberano. Não tenho compromisso com qualquer resultado de votação. Tenho compromisso com acabar a votação", afirmou.
Cunha é favorável à terceirização das atividades-fim, medida que corria risco na sessão de ontem, já que partidos como o PSDB recuaram da defesa incondicional do texto-base aprovado na semana passada. Preocupado, o peemedebista interrompeu a sessão sob o argumento de que os deputados não sabiam o que estavam votando.
"Ontem, o que havia era um desconhecimento do que estava sendo votado. A gente permitiu tempo para conhecer (os destaques apresentados)", afirmou Cunha. Segundo o presidente, "muita gente ontem votou errado". "Concordei com o adiamento não com o objetivo de tentar mudar o resultado que poderia ser vitória ou derrota. Concordei com o adiamento por causa da confusão que ficou no plenário com aquela votação. Acho que 90% votaram sem saber o que estavam votando".
Em relação ao destaque aprovado ontem, Cunha lamentou e disse que pautará outra lei para não deixar essas empresas em um vácuo jurídico. "Aquele destaque infelizmente não tem (como ser revisto). Vamos tratar através de outra lei que já tem aí, pronta para a pauta, para tratar do tema específico de administração pública direta e indireta. Vamos tratar isso depois. Vou pautar essa outra lei para tratar especificamente de administração direta e indireta em empresas. Haverá outra lei específica para o setor público", disse o presidente.
Questão previdenciária
Cunha disse que há duas emendas aglutinativas para tratar a questão previdenciária da terceirização, motivo de polêmica entre o governo e o relator do projeto na Câmara, Arthur Oliveira Maia (SD-BA). "Uma tem uma neutralidade tributária, ou seja, garante a retenção sem aumento de carga tributária, que é o que eu acho que vai prevalecer e tem uma outra que tem um pequeno aumento de carga tributária, o que não me parece que seja a que está tendo maior apoio da Casa. Acho que vai prevalecer a proposta que a Fazenda não perca, que é o objetivo nosso", afirmou.