Segundo integrantes do partido ouvidos pela reportagem, a expectativa é a de que se iniciem as indicações até a última semana deste mês, quando as Medidas Provisórias que tratam dos ajustes em benefícios trabalhistas e previdenciários devem entrar em discussão no plenário da Câmara.
Também estiveram presentes o líder do PMDB do Senado, Eunício Oliveira (CE), e o senador Romero Jucá. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não compareceu. Temer, no entanto, fez questão de no discurso citar a presença do ministro do Turismo, Vinícius Lages, apadrinhado por Renan Calheiros. Lages foi levado ao centro da disputa entre o PMDB das duas Casas, após o vice-presidente ter anunciado que o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves iria ocupar a pasta. A expectativa era que a troca ocorresse no dia de hoje, o que não aconteceu.
Na conversa com os parlamentares, Michel Temer informou ainda aos integrantes da bancada que já começou a procurar outros partidos para negociar os espaços que devem ser distribuídos pelo governo para tentar dissolver a crise política. O impasse gerado com o Palácio do Planalto e lideranças da base aliada vem se arrastando desde o início do ano e é alimentado pelos baixos índices de popularidade de Dilma.
Dentro do PMDB das duas Casas o entendimento é que Temer terá apenas os próximos três meses para conseguir demonstrar o "poder de manobra" que terá juntos às bancadas da base aliada, o que passa pela distribuição de cargos e liberação de emendas dos parlamentares. "Todos devem apostar no êxito dessa operação. Todos têm que compreender também que dar governabilidade é uma responsabilidade com o Brasil. A repercussão não é só contra o governo, PT ou PMDB mas com toda a sociedade", afirmou o ministro da Pesca, Helder Barbalho, que esteve no encontro. Além da questão dos cargos, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltou a tocar na questão de independência da Casa frente ao Palácio do Planalto.
Piada
Durante o café da manhã, os peemedebistas foram pegos de surpresa com a notícia da prisão do secretário de finanças do PT, João Vaccari Neto.
Em meio aos discursos, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) ironizou a prisão do tesoureiro, o que levou parte dos presentes às gargalhadas. "Para pagar as suas dívidas e conseguir arrecadar, o PT articulou a prisão do Vaccari, que agora durante o banho de sol vai poder procurar os caras (empresários das grandes construtoras que também foram presos em outras operações da Lava Jato)", brincou Lúcio. "Daí o motivo de o PT não ter afastado o Vaccari da tesouraria, pois ele vai manter a legitimidade de arrecadar para o partido, enquanto os outros partidos vão continuar sem acesso" acrescentou..