"O BNDES apoiou o projeto Gasene, com crédito inicial de R$ 4,5 bilhões. Do ponto de vista do BNDES estávamos olhando o risco Petrobras, porque existia um contrato firme de compra do gás que serviria para o serviço dessa dívida", afirmou, na CPI, onde depõe na condição de testemunha.
Coutinho diz que foi um financiamento seguro do ponto de vista bancário. "Não saberia dizer nesse momento o saldo devedor desse contrato, mas ele está totalmente adimplente. Creio que o BNDES cumpriu seu papel de banco de fomento, pois se trata de uma malha fundamental para a segurança energética do País", completou Coutinho.
Questionado se a formação do Gasene não teria sido uma forma da Petrobras burlar a fiscalização por meio do uso de "laranjas", Coutinho avaliou que a estrutura do Gasene era transparente e não foi um obstáculo para a assinatura do crédito.
O executivo argumentou que o BNDES se cerca com o máximo de garantias quando negocia com Sociedades de Propósito Específico (SPEs) - como foi o caso do Gasene - para assegurar o pagamento do crédito, incluindo o penhor de ações. "Geralmente o banco também requer o estabelecimento de contas reserva que assegurem vários meses de serviço da dívida e também recorremos a fundos garantidores, quando existem", acrescentou..