A Polícia Federal já considera como foragida a cunhada do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. A Justiça Federal decretou a prisão temporária de Marice Correa de Lima, pelo prazo de cinco dias, mas ela não foi encontrada em seu apartamento, no bairro da Bela Vista, em São Paulo. Ninguém da família fez contato com a PF. Investigadores suspeitam que ela tenha deixado o País há alguns dias.
Os valores teriam sido entregues em espécie a mando do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato, no endereço Rua Doutor Penaforte Mendes, 157, apartamento 22, Capital, onde ela mora.
A PF suspeita que Marice e outras familiares de Vaccari - a mulher, Giselda, e a filha Nayara - foram usadas para ocultar valores ilícitos arrecadados pelo ex-tesoureiro do PT.
Uma linha da investigação aponta para negócio lucrativo que Marice realizou com a OAS. Ao comprar um apartamento Bancoop da empreiteira ela lucrou 100% em apenas um ano - adquiriu o imóvel por R$ 200 mil e o vendeu um ano depois por R$ 432 mil para a própria empreiteira.
A força-tarefa da Lava Jato vê "caráter fraudulento" na transação. Os procuradores da República e a PF suspeitam que o negócio "serviu para ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos, tratando-se de possível vantagem indevida paga pela OAS a João Vaccari Neto".
Para a força tarefa, a foragida da Justiça "funcionava como uma auxiliar de João Vaccari Neto para operacionalizar a propina destinada ao Partido dos Trabalhadores". Os investigadores acreditam que a cunhada "recebia vantagens indevidas destinadas a Vaccari".
Nesta quarta feira, 15, a Polícia Federal realizou buscas para apreensão de provas no apartamento residencial da cunhada do tesoureiro do PT. Agentes da PF vasculharam a casa de Marice por determinação do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato.