Marice Corrêa de Lima, cunhada do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, está sendo aguardada na tarde desta sexta-feira na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba, no Paraná, para cumprir mandado de prisão temporária decretada pela Justiça Federal na última quarta-feira (15). Segundo informou a PF, o advogado de Marice, Cláudio Pimentel, teria esclarecido que ela estava no Panamá e desembracou nesta sexta-feira em São Paulo.
A cunhada de Vaccari teve seu nome citado nas primeiras fases da Operação Lava-Jato, no início de 2014. Ela teria recebido propina no dia 3 de dezembro de 2013 da empreiteira OAS, alvo da investigação sobre corrupção e desvios na Petrobras.
Os valores teriam sido entregues em espécie a mando do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava-Jato, no endereço Rua Doutor Penaforte Mendes, 157, apartamento 22, capital, onde ela mora. A PF suspeita que Marice e outras familiares de Vaccari - a mulher, Giselda, e a filha Nayara - foram usadas para ocultar valores ilícitos arrecadados pelo ex-tesoureiro do PT.
Uma linha da investigação aponta para negócio lucrativo que Marice realizou com a OAS. Ao comprar um apartamento Bancoop da empreiteira ela lucrou 100% em apenas um ano - adquiriu o imóvel por R$ 200 mil e o vendeu um ano depois por R$ 432 mil para a própria empreiteira.
A força-tarefa da Lava-Jato vê "caráter fraudulento" na transação. Os procuradores da República e a PF suspeitam que o negócio "serviu para ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos, tratando-se de possível vantagem indevida paga pela OAS a João Vaccari Neto".
Marice, segundo informa o pedido de prisão, "funcionava como uma auxiliar de João Vaccari Neto para operacionalizar a propina destinada ao Partido dos Trabalhadores". Os investigadores acreditam que a cunhada "recebia vantagens indevidas destinadas a Vaccari".