O presidente nacional do PT, Rui Falcão, confirmou nesta sexta-feira, na sede do diretório nacional do partido em São Paulo, que houve um acordo a ser referendado no 5º Congresso para que a legenda abra mão voluntariamente das doações empresariais. Quando os jornalistas pediram para detalhar a medida, Falcão leu o documento que foi produzido na reunião e repetiu que o PT "não mais receberá" doações de empresas privadas.
"Decidimos que os diretórios nacional, estaduais e municipais, não mais receberão doações de empresas privadas, devendo essa decisão ser detalhada, regulamentada e referendada pelos delegados (as) ao 5º Congresso", diz o texto lido pelo presidente do PT.
Um documento escrito por Falcão e que serviu de base para a resolução divulgada trazia o termo "imediatamente" quando tratava do fim das doações empresariais ao partido. O termo não consta na versão final aprovada pelo diretório. Falcão se preocupou em ressaltar que a decisão não significa que as contribuições recebidas pelo partido até agora "tenham alguma mácula". O presidente petista disse que o partido vai estudar mecanismos para estimular contribuições de pessoas físicas entre R$ 15 e R$ 1.000.
Falcão disse que houve consenso em torno do nome do novo tesoureiro da legenda, Márcio Macedo, que foi anunciado hoje como o substituto do ex-tesoureiro João Vaccari Neto.
Falcão negou que Macedo seja um "tampão" e disse que o petista, que só entrou no diretório nacional graças a uma substituição para que ele assumisse a tesouraria, é "tesoureiro pleno". O presidente nacional do PT disse ainda que muitos que teriam condições de assumir a Secretaria de Finanças do PT abdicaram de suas indicações.
Missão
Falcão chamou de "espinhosa" a missão assumida pelo novo tesoureiro do partido. Falcão disse que a coragem para enfrentar desafios é mais uma qualidade do ex-deputado federal por Sergipe, que "está disposto a encarar essa tarefa".