"Quando ele (juiz Sérgio Moro) diz 'minha equipe' ele está se referindo aos procuradores que estão lá em Curitiba. Tem até uma briga, que eu vi pelos jornais, da Polícia Federal com o Ministério Público para saber quem conduz a investigação. Tem uma mélange que nos deixa em dúvida sobre o resultado (dessas investigações)", disse o dirigente.
"Está se formando dentro do estado democrático de direito um verdadeiro estado de exceção", disse ao repetir a argumentação petista de que até o momento as informações da Lava Jato vem de "criminosos", em relação aos delatores, e argumentando que atualmente a confissão "não é mais a rainha das provas".
Falcão afirmou que as doações empresariais investigadas no âmbito da Lava Jato foram feitas nos mesmos moldes a outros partidos além do PT. "Não somos nós que estamos dizendo, são os números do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)." Questionado então sobre o motivo de tal seletividade, o presidente do PT afirmou que "há uma onda conservadora em curso, destinada a cercar a presidenta Dilma e destinada a ensaiar o impeachment".
Vaccari
Ainda quando falava do ex-tesoureiro João Vaccari Neto, Falcão fez questão de reforçar que a o partido também viu seletividade no tratamento das informações que justificaram a prisão dele. E repetiu também que os dirigentes do partido não viram qualquer razão que justificasse a prisão do ex-tesoureiro.
Perguntado se Vaccari pode voltar à tesouraria, Falcão disse que o tema não foi discutido na reunião do diretório mas que não haveria um impedimento estatutário para isso. "Isso não está em pauta, mas se ele desejar não há impedimento partidário para ele reassumir suas funções."
Pedaladas
Falcão chamou de "mais um fato midiático, sem consequências" a investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as chamadas "pedaladas fiscais" do governo.
Falcão disse que viu na imprensa que houve resposta do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, e afirmou que "pedaladas já ocorreram em vários momentos no Brasil". O presidente petista cobrou que Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal (STF) investiguem as "pedaladas" do passado, sem especificar quando elas aconteceram..