Nessa semana, o prefeito de Congonhas, Zelinho (PSDB), anunciou a suspensão das despesas públicas da cidade histórica por 60 dias. Segundo o tucano, a prefeitura vai reduzir gastos com empresas terceirizadas, transporte e o consumo de água e luz nos órgãos públicos para conseguir cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. “A situação financeira dos municípios brasileiros é difícil, principalmente a dos mineradores. Se compararmos o primeiro trimestre de 2014 com o deste ano, vemos que o município deixou de arrecadar em torno de R$ 15 milhões, principalmente com a Cfem.
O menor repasse para as cidades produtoras é reflexo da redução na arrecadação das superintendências do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) por todo o país. O órgão de Minas Gerais, arrecadou no primeiro trimestre deste ano R$ 148,3 milhões, quase 40% a menos do que arrecadou no ano passado – R$ 228,9 milhões. “Hoje, todas as cidades mineradoras estão na mesma situação. Em Itabirito houve contenção de despesas e demissões. Assim como em Nova Lima, que também está cortando gastos. Em Mariana, estamos tirando vários benefícios complementares, cortando hora extra e passamos um decreto que por 90 dias não podemos admitir funcionários e firmar novos contratos. A queda é aguda e preocupante”, explica o prefeito de Mariana e presidente da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig), Celso Cota (PSDB).
Em encontros com diretores de empresas exploradores de minério nas últimas semanas, Cota contou que ouviu previsões pessimistas para o resto de 2015. “As últimas conversas são preocupantes. Devemos conviver com esse cenário até o início do ano que vem, talvez até o final do primeiro semestre de 2016. E não voltaremos ao cenário de 2014, em que o preço do minério chegou a U$S 140. Esses valores não devem voltar”, diz Cota. O tucano cobra a aprovação no Congresso do novo marco da mineração, que pode revisar os valores da Cfem, e reduzir as etapas burocráticas para novos empreendimentos do setor..