Brasília – Com quase quatro meses de atraso, a presidente Dilma Rousseff sancionou ontem à noite o Orçamento Geral da União deste ano.
Pela proposta aprovada no Congresso e que recebeu o aval de Dilma, o fundo partidário será de R$ 867,5 milhões este ano – a proposta original do Planalto era destinar R$ 289,5 milhões aos partidos políticos. Com dificuldades políticas no Parlamento, o governo manteve o valor integral para evitar mais desgastes com a base aliada. Existia o temor de que um corte no fundo partidário possa comprometer a votação das medidas provisórias do ajuste fiscal.
Dentro do governo, a expectativa agora é em relação ao tamanho das tesouradas que a presidente fará no orçamento dos ministérios. Até meados de maio, segundo fontes palacianas, será editado o decreto com o contingenciamento de verbas de cada pasta. Há uma disputa dentro do governo sobre o tamanho do corte, que ficará entre R$ 60 bilhões e R$ 80 bilhões, o valor desejado pela equipe econômica.
A tendência é que o governo edite um decreto nos próximos dias mantendo o corte temporário de 33% das verbas de cada ministério, que ficará em vigor até a definição final.
Fundo contingenciado
O vice-presidente Michel Temer (PMDB) disse ontem que o aumento dos recursos destinados ao fundo partidário não deve prejudicar o ajuste fiscal defendido pelo governo. Do projeto original à versão sancionada, o valor saltou de R$ 289,5 milhões a R$ 867,5 milhões.