"Não há nada para comemorar em relação aos dados publicados hoje. A empresa registrou um prejuízo de R$ 21,58 bilhões, em 2014, ante um lucro de R$ 23,4 bilhões, em 2013, e teve um crescimento de sua divida de mais de 30%, terminando o ano de 2014 com um endividamento total de R$ 351 bilhões. Essa dívida elevada é incompatível com o plano de investimento da companhia, o que significa que para cumprir parte do seu plano de investimento a empresa terá que vender ativos", afirmou.
O tucano afirmou que as perdas de R$ 6,194 bilhões relacionadas à corrupção, que constaram no balanço, podem ser ainda maiores. Ele ressaltou que a apuração dos escândalos de corrupção envolvendo a estatal e seus fornecedores ainda está em andamento pela Polícia Federal, Ministério Público e Justiça Federal.
Para Aécio, a reavaliação de ativos (o impairment), que totalizou R$ 44 bilhões, é um valor elevado e evidencia o que considera como "indiscutível da falta de planejamento decorrente da má gestão e uso político da Petrobras pelo governo do PT".
O presidente do PSDB citou o fato que em 2010 o governo petista alterou o marco regulatório de exploração do setor ao instituir o regime de partilha e a criação da Pré-Sal Petróleo S.A. Segundo ele, ao invés do fortalecimento da Petrobras, o resultado foi uma maior intervenção do governo no setor, na administração da empresa, no controle dos preços dos combustíveis e a exigência onerosa de a Petrobras ser operadora única do pré-sal com participação mínima de 30% na exploração e produção do pré-sal.
O tucano disse ainda que, mesmo com a capitalização da estatal, cinco anos atrás, de R$ 120 bilhões, "a maior capitalização já realizada no mundo", a empresa hoje está com um endividamento excessivo, com problema de geração de caixa para financiar o seu plano de investimento e pagar a sua dívida, e teve que reconhecer no balanço de 2014 divulgado nesta quarta-feira, dia 22 de abril de 2015, uma perda de mais de R$ 50 bilhões decorrente dos escândalos de corrupção e reavaliação de ativos.
"A forma de recuperar a capacidade de investimento da Petrobras e da sua rede de fornecedores no Brasil já é conhecida. O governo deve, entre outras ações, eliminar a obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora única do pré-sal, voltar a usar o regime de concessão da Lei 9.478/1997 (Lei do Petróleo), profissionalizar a gestão da Petrobras e o Conselho de Administração da companhia com profissionais respeitados e de ilibada reputação", enumerou o tucano.
Aécio disse que é preciso "salvar" a Petrobras do seu uso político em mais de uma década de governos do PT. "Se o governo deixar a empresa trabalhar, ela voltará novamente a ser uma das maiores empresas do mundo e a maior da América Latina para o benefício de todos os brasileiros", concluiu a nota..