No depoimento, prestado no dia 30 de março e remetido ao STF nesta semana, o petista reconhece que teve encontros com Costa para tratar da área de Petróleo e Gás no Rio de Janeiro. Em uma das reuniões, segundo ele, pediu ao ex-diretor da Petrobras uma "sugestão" de empresas para que pudesse apresentar sua proposta de campanha eleitoral e pedir doações legais.
O encontro, segundo Lindbergh, teria ocorrido em 2014, em um hotel na zona sul do Rio de Janeiro. O petista nega que João Cláudio Genu tenha participado da reunião e diz que não conhece o ex-assessor do PP.
Já Genu, em depoimento colhido em 9 de abril, disse ter conhecido Lindbergh entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014, através de um chamado de Paulo Roberto Costa. Segundo o ex-assessor do PP, Lindbergh disse que o ex-diretor da estatal integraria sua equipe com uma secretária na área de energia. Genú afirmou ainda que a captação de recursos para a campanha do petista foi tratada e que Costa se comprometeu a contatar empresas conhecidas.
Uma outra reunião ocorreu, segundo Genú, em um restaurante em Copacabana. As mesmas pessoas estavam presentes e foram detalhados os potenciais doadores para a campanha de Lindbergh.
Paulo Roberto Costa afirmou, em delação premiada, que uma reunião aconteceu em um hotel no bairro de Ipanema com a presença de Lindbergh, Genú e mais três pessoas. Segundo o ex-diretor da Petrobras, Genu elaborou na ocasião uma tabela manuscrita com as doações oficiais para a campanha de Lindbergh.
No depoimento à Polícia Federal, Lindbergh diz não reconhecer a planilha mencionada e diz que o ex-diretor da Petrobras pode "ter se confundido".
Os depoimentos fazem parte da investigação que apura se Lindbergh recebeu repasses ilícitos oriundos de propina envolvendo contratos da Petrobras para a campanha eleitoral. Em nota, o senador reafirma não conhecer Genú e diz que, se o ex-assessor do PP esteve em algum encontro de campanha, "onde compareciam dezenas de pessoas, a convite de terceiros", não o notou.
"Agora, esses fatos são da eleição de 2014. Quero registrar que, em seu depoimento, o próprio Paulo Roberto Costa afirmou que 'não viu nada de ilícito nessa iniciativa de contatar empresas em busca de doações, pois foi dito que seriam doações oficiais', além de reconhecer que 'não chegou a realizar nenhum contato com as empresas na tabela, pois acabou sendo preso em seguida'", destacou o senador..