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Estado de Minas

Funcionários entram com ação na Justiça contra construtora envolvida na Operação Lava-Jato

Depois de duas reuniões de conciliação na Justiça do Trabalho, 278 trabalhadores demitidos entram com ação judicial pedindo bloqueio de bens da Construtora Schalin, que demitiu os funcionários sem pagar direitos trabalhistas


postado em 23/04/2015 12:47 / atualizado em 23/04/2015 13:27

Antes de entrar com ação na Justiça, ex-funcionários protestaram contra o não pagamento de direitos trabalhistas(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Antes de entrar com ação na Justiça, ex-funcionários protestaram contra o não pagamento de direitos trabalhistas (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

Funcionários demitidos da construtora Schahin decidiram na manhã desta quinta-feira ajuizar ação contra a empresa - que na semana passada entrou em processo de recuperação judicial, provocada pela citação da empresa na Operação Lava-Jato. Os 278 trabalhadores demitidos, entre contratados e terceirizados, deixaram a empresa sem os direitos trabalhistas. Nessa quarta-feira (22), cerca de 50 dos demitidos fizeram um protesto em frente à obra do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (Ciaar), em Lagoa Santa, na Região Metropolitana, onde trabalharam até o último dia 1º de abril.

Segundo o advogado José Júlio de Assis Trindade, que na manhã de hoje representou os trabalhadores em reunião de conciliação na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), em Belo Horizonte, os trabalhadores reivindicam verbas trabalhistas estimadas por ele - apenas dos contratados diretos da empresa (178)-, em R$ 700 mil. "Ainda não fizemos o cálculo do valor devido aos tercerizados", disse o advogado. José Júlio explicou que na ação impetrada na Justiça do Trabalho será pedido o bloqueio dos bens da Schahin para arcar com o pagamento dos direitos trabalhistas.

Entenda o caso


Os funcionários foram demitidos no último dia 1º de abril sem o recebimento de quaisquer direitos trabalhistas. Eles tentaram sem sucesso duas reuniões de conciliação na DRT, nesta quinta-feira e no último dia 20 de abril. A obra do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (Ciaar) está paralisada desde a demissões dos funcionários.

A obra do Ciaar, bancadas pelos cofres públicos, se arrastam há cinco anos. O Tribunal de Contas da União(TCU) apontou uma série de irregularidades na construção, entre elas sobrepreço de R$ 17 milhões. O Ministério Público Federal move uma ação pedindo o ressarcimento aos cofres públicos de R$ 30 milhões, que teriam sido gastos de maneira errada na construção.

A Justiça Federal declinou do processo, que corre agora na Justiça Militar. Para chegar ao valor do prejuízo, o TCU auditou 60% do orçamento da obra e constatou que foram feitas compras com valores até 2.657% superiores aos de mercado. A unidade em construção ocupa área de 700 mil metros quadrados no trevo de Lagoa Santa com a MG-010. Lá, profissionais da Força Aérea Brasileira (FAB) serão treinados. (Daniel Camargos)


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