“Para o dinheiro sair de nossas contas e ir chegar às contas indicadas pela Diretoria de Serviços, precisava de uma forma contábil”, explicou.
“No caso do Youssef, que recebia o dinheiro, ele indicou empresas que davam notas e com as quais eram feitos contratos de prestação de serviços que não eram realizados”, esclareceu.
De acordo com Mendonça Neto, os valores eram relativos ao pagamento de propina. A empresa tinha dois contratos com a Petrobras, firmados a partir de 2007, depois de três anos sem participar de licitações da estatal.
“Ficamos fora porque passamos por uma crise financeira que gerou problemas em vários contratos com a estatal e com outras empresas. A Petrobras impôs que só receberíamos novos convites a partir da entrega de duas obras.”
O empresário acrescentou que a Toyo era uma parceira antiga da Setal e que, apenas após o Pré-Sal e o aumento dos investimentos da Petrobras, outras companhias vislumbraram oportunidade de entrar no Brasil e só teriam como fazer isso como sócias de outras empresas. A associação da Toyo-Setal ocorreu em 2012.
“A associação criou uma companhia nova, que partiu do zero, com novos contratos. O grupo conseguiu entrar na Petrobras, participando de licitações com competência. Quando voltamos a ser convidados pela Petrobras, essa conjuntura estava armada. Nossa participação foi por adesão ao esquema já existente”, destacou Mendonça Neto.
O empresário, que já explicou a motivação para delação premiada à CPI, voltou a falar sobre o incômodo com a situação estabelecida pelas duas diretorias.
Durante a audiência pública, o presidente da CPI, deputado Hugo Motta, anunciou que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), encaminhou esta manhã à comissão todos os documentos sigilosos reunidos pela CPMI da Petrobras, que funcionou ano passado no Congresso Nacional.
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