De acordo com o banco estatal, no primeiro contrato, firmado em 2012, os donos da empresa eram João Batista Comelli Netto, Michel Lasagno Comelli, Marcelo Simões e Diego Deboni Rosseto.
A informação de que Leon Vargas, irmão do ex-deputado, é sócio da IT7 está no relatório do Ministério Público Federal que embasou o pedido de prisão dos dois no dia 10 de abril, quando a força-tarefa que investiga o escândalo da Petrobras deflagrou a 11ª etapa da operação, dedicada aos negócios suspeitos de Vargas, que deixou o PT e o Congresso em meio à revelação de sua ligação com o doleiro Alberto Youssef. As suspeitas levantadas na nova etapa da operação recaíram sobre contratos da Caixa e também do Ministério da Saúde.
O jornal O Estado de S. Paulo revelou em sua edição desta sexta-feira, 24, que os contratos da Caixa com a IT7 somam R$ 87,4 bilhões. Desde quando as suspeitas vieram à tona, no dia 10 passado, a Caixa suspendeu os pagamentos à empresa. O banco firmou dois contratos com a IT7 por meio de pregão eletrônico para fornecimento de licença de produtos da companhia Oracle (banco de dados) e serviços de manutenção. A empresa, segundo o banco estatal, venceu o pregão porque ofereceu o menor preço.
No primeiro contrato, pagou R$ 16 milhões, sendo R$ 13,4 milhões pela compra da licença e R$ 2,7 milhões pelos serviços de manutenção entre março de 2012 e março de 2013. Pelo segundo contrato, que vigoraria até o fim deste ano, o banco estatal pagou R$ 49 milhões pela licença e desembolsaria R$ 22,5 milhões pela manutenção do software por dois anos, de dezembro de 2013 a dezembro de 2015.
Trata-se de um valor bem maior do que o estimado pelo juiz Sérgio Moro nas justificativas da ordem de prisão do ex-parlamentar. O juiz federal que atua no Paraná estimava que a Caixa tivesse desembolsado algo em torno de R$ 50 milhões para a IT7..