São Paulo - A Ordem dos Advogados do Brasil, entidade da advocacia mais influente do país, emitiu nota nessa quinta-feira, 23, se manifestando contra o aumento do Fundo Partidário. Na quarta-feira, 22, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei orçamentária para o ano de 2015, preservando a verba destinada ao Fundo Partidário, que foi triplicada - de R$ 289,5 milhões para R$ 867,5 milhões.
"A OAB entende que, em um momento delicado no qual faltam recursos para investir em saúde, segurança e educação, é no mínimo estranho que sobrem verbas para triplicar a receita dos partidos. Mais uma vez, os representantes do Legislativo e do Executivo agem na contramão dos anseios da sociedade", diz a nota da Ordem.
Segundo a entidade, a medida mostra-se 'absolutamente contraditória diante dos arrochos fiscais colocados em prática pela União e dos recentes aumentos que sacrificam toda a sociedade'. O Planalto havia proposto inicialmente um fundo de R$ 289,5 milhões.
"Parece existir uma surdez generalizada com as vozes das ruas. No entanto, a Ordem tem absoluta convicção da necessidade de fortalecimento dos partidos políticos, mas ao mesmo tempo entende que isso não ocorrerá com o aumento do Fundo Partidário e a manutenção do investimento empresarial de campanhas", afirma a nota.
Para neutralizar o desgaste, a Executiva Nacional do PMDB decidiu que não usará 25% da verba do fundo destinada ao partido no Orçamento de 2015. O gesto foi tomado depois de o vice-presidente Michel Temer consultar lideranças peemedebistas ao ser informado da impossibilidade do contingenciamento. Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), buscaram afastar a participação da legenda no imbróglio e disseram que a culpa era da presidente Dilma Rousseff.