Preso na Lava-Jato desde novembro do ano passado acusado de participar do esquema de desvio de dinheiro na Petrobras, o vice-presidente da Engevix Gerson de Mello Almada também entrou na mira do Ministério Público do Rio Grande do Sul, que conduz duas investigações contra o executivo por suspeitas de corrupção.
Não é a primeira vez que promotores de outros Estados, que não o Paraná, pedem apoio ao juiz Sérgio Moro para apurar eventuais irregularidades envolvendo os réus investigados na Lava-Jato. Em março, o magistrado acatou ao pedido do Ministério Público de São Paulo e autorizou o compartilhamento de provas da suposta atuação do doleiro Alberto Youssef em obras da Linha 15 - Prata do Monotrilho de São Paulo com o MP estadual, que abriu um inquérito para investigar o empreendimento.
Na Lava-Jato, Almada é acusado de participar do cartel de empreiteiras que atuava nas licitações da Petrobras e pagava propinas nas diretorias da estatal que seriam utilizadas, segundo as investigações, para abastecer o caixa de partidos políticos. Ele é réu por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro e uma das cinco ações penais propostas contra os executivos envolvidos no esquema. Segundo o Ministério Público Federal, a diretoria de Abastecimento, sob comando de Paulo Roberto Costa até 2012, era responsável por destinar recursos aos parlamentares do PP, partido que o indicou.
Já a Diretoria de Serviços, comandada pelo indicado do PT Renato Duque até 2012, segundo os procuradores da Lava-Jato recolhia propinas para o Partido dos Trabalhadores por meio de vários operadores, dentre eles, João Vaccari Neto, ex-tesoureiro da sigla e que também foi preso na Lava-Jato.
A reportagem entrou em contato com o escritório que defende Gerson Almada, mas foi informado que a sua defensora estava em reunião.