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Estado de Minas

Banco Central não encontra dinheiro em contas de Argôlo


postado em 24/04/2015 13:49 / atualizado em 24/04/2015 14:02

São Paulo - Deputado federal até o ano passado, quando recebia R$ 26,7 mil mensais, João Luiz Argôlo (SDD-BA) não tem um centavo sequer em suas contas bancárias, conforme revelou o bloqueio de bens do sistema Bacenjud, do Banco Central, realizado por determinação do juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava-Jato. Até sua secretária Elia Santos da Hora possui mais dinheiro que ele em suas contas bancárias, com R$ 2,2 mil segundo relatório do Bacenjud.

A iniciativa do magistrado busca rastrear os bens dos investigados para apurar se eles não se desfizeram de patrimônio no decorrer das investigações. Ao todo, foi decretado o bloqueio de R$ 40 milhões dos ex-deputados Pedro Corrêa (PP-PE) e Luiz Argôlo. A medida abrange o período de 1º de janeiro a 17 de abril de 2015.

Preso na 11ª etapa da operação, no dia 10 de abril, Argôlo é investigado por seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, de quem recebeu ao menos R$ 1,2 milhão por meio de notas frias. Além disso, o ex-parlamentar comprou um helicóptero em 2012, mas, devido a dificuldades para quitar o financiamento, Youssef admitiu à Justiça que pagou o restante da aeronave e a emprestou para o então deputado utilizar em sua campanha em 2014.

O ex-deputado é suspeito ainda de ter adquirido a empresa Malga Engenharia em uma sociedade com o doleiro. Na representação à Justiça, o Ministério Público Federal diz que Argôlo “efetivamente colocou seu cargo à disposição de Alberto Youssef, podendo-se falar em uma verdadeira parceria entre ambos”. Na relação havia “a constante solicitação de vantagens indevidas por Luiz Argôlo, as quais eram adimplidas por Youssef em troca de uma promessa de influência do ex-parlamentar em favor do doleiro”.

Segundo o advogado Omar Elias Geha, que defende o ex-deputado, Argôlo “possui vários financiamentos” em bancos. “Ele não tem dinheiro (nas contas) porque possui vários financiamentos. Uma fazenda e um terreno que ele possui estão penhorados para quitar essas dívidas com o Youssef, ele não tem patrimônio mais”, afirma o defensor.

Ainda segundo o advogado, Argôlo sempre trabalhou ajudando na fazenda do pai, no interior da Bahia, e não sabia quem era Youssef na época que fez negócios com ele. Devido ao seu envolvimento com o doleiro, Argôlo foi afastado de suas funções partidárias no Solidariedade.


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