Servidores públicos de diversas categorias pressionam o governo do estado por aumento salarial e ameaçam com greves.
Os funcionários administrativos dos sistemas prisional e socioeducativo da Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais (Seds) estão em estado de greve e prometem parar suas atividades nos próximos dias se não houver reajuste salarial. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Minas Gerais (Sindpúblicos), Geraldo Antônio Henrique, diz que a categoria não pode aceitar a “desculpa” do governo de rombo no caixa. “ O servidor não pode pagar a conta.” Ele garante que eles vão parar se não houver aumento.
Já os professores cobram reajuste nos contracheques e exigem o pagamento do piso salarial nacional, uma das principais promessas do governador Fernando Pimentel (PT) durante a campanha eleitoral. Também exigem aumento os servidores do Instituto da Previdência Social de Minas Gerais (Ipsemg) e do Ministério Público (MP).
Alegando falta de recursos devido a um rombo de R$ 6 bilhões deixado pelo governo anterior e previsão de gasto com o funcionalismo acima do limite permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é de 49% da receita, o governo do estado, na maioria dos casos, acena com abono salarial e promessa de aumentos futuros. Alega ainda que um reajuste para todos os servidores provocaria um impacto de cerca de R$ 1 bilhão na folha de pagamento, valor que o estado não teria como arcar. Procurada, a Secretaria do Planejamento, que coordena as discussões salariais, não quis se pronunciar sobre as reivindicações.
Para os servidores do Ipsemg, foi proposto um abono de R$ 100 para quem ganha até R$ 2 mil. A categoria quer um reajuste para todos, incluindo os aposentados. Para os professores, foi oferecido inicialmente um abono de R$ 160, que depois passou para R$ 190. Os auditores da Receita Estadual também estão na lista dos que reivindicam melhorias salariais, de 8%.
Ontem, os servidores do Fhemig se reuniram com o governo do estado para discutir as reivindicações da categoria, mas a reunião não havia acabado até o fechamento desta edição. Semana que vem a categoria se reúne para avaliar as propostas eventualmente apresentadas pelo Palácio Tiradentes nesse encontro.
Ficha-suja
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) vai julgar o último recurso proposto pelo prefeito de Mariana, Celso Cota (PSDB), contra uma sentença de 2008 que o tornou ficha-suja. Condenado a 12 anos de inelegibilidade pela primeira instância – pena reduzida para sete anos na segunda instância e confirmada posteriormente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – Cota conseguiu uma liminar em uma ação rescisória no TJMG, o que viabilizou sua candidatura ao terceiro mandato em 2012. Os advogados do prefeito impetraram uma ação protelatória, alegando exceção de competência, o que adiou o julgamento da ação que decidirá se ele pode ou não exercer o cargo. Ela agora será julgada na terça-feira. Cota, que foi prefeito por duas vezes seguidas, entre 2001 e 2008, foi condenado por ter pago com recursos públicos matérias autopromocionais em um jornal do município.
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