Brasília – A Polícia Federal encaminhou ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF, um pedido de autorização de coleta e mais duas testemunhas a fim de esclarecer pontos na investigação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No documento, o delegado Thiago Machado Delabary esclarece ao ministro o andamento das diligências referentes ao inquérito do qual Cunha é alvo, e pede a extensão de prazo de 60 dias. É pedido ainda que sejam ouvidos o advogado Francisco José Reis e o presidente do PMDB no Rio, Jorge Picciani, pai do líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani. Um endereço atribuído a Reis, que é ex-assessor de Jorge Picciani, é apontado como um dos destinos de entrega de dinheiro de propinas da Petrobras.
A solicitação ainda não foi deferida por Zavascki. Diante de um desentendimento entre a PF e a Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a condução das investigações da Lava-Jato, os pedidos de extensão de prazo foram indeferidos pelo STF e as oitivas ou marcadas para os dias 16 e 17, suspensas. A prorrogação de prazo deve ser atendida pelo ministro-relator do Supremo na próxima semana.
De acordo com a PF, entre os pedidos de diligências solicitados no inquérito que tem Cunha como alvo, foi realizada a oitiva da ex-deputada federal Solange Pereira de Almeida, prefeita de Rio Bonito (RJ). Ela abriu, em julho de 2011, dois requerimentos na Câmara pedindo auditorias no TCU e no Ministério de Minas e Energia para apurar a relação da Petrobras com a empresa Mitsui.
Obra em sítio sob suspeita
A edição de ontem da revista Veja afirmou que o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, um dos presos na Lava-Jato, realizou reforma em sítio a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Localizado em Atibaia (SP), o Sítio Santa Bárbara pertence aos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar – sócios de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente.