O ministro negou que tenha tido divergências com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no dia da votação do projeto pelos deputados por causa da tributação da terceirização. "A gente se entende perfeitamente. Ele tem um conhecimento bastante profundo dos temas que discute", afirmou.
Na entrevista, o ministro rebateu as críticas crescentes de que o ajuste fiscal implementado pelo governo vai derrubar ainda mais o Produto Interno Bruto (PIB). Levy também manifestou confiança de que o PT vai apoiar o ajuste. Ele lembrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o ajuste é essencial e que sem as correções, o País não acertaria o passo.
"O ajuste não vai atrapalhar a economia. Na verdade, estamos fazendo ele porque a economia vinha fraca", argumentou.
Levy ponderou que depois que o governo anunciou a correção para a sua estratégia de política econômica, o índice de confiança nos empresários parou de cair. Ele ressaltou que no começo do ano, quando não havia clareza do que a presidente iria fazer, o cenário era de aflição. "E a economia tomou um tombo por causa das dúvidas", disse.
O ministro atribuiu a queda da arrecadação à parada da economia na virada do ano. Ele também voltou a defender a retirada das desonerações e as medidas de reforma do acesso dos benefícios trabalhistas e previdenciários. "Os projetos não estão tirando nenhum direito. Estamos consertando coisas que são ruins", defendeu. Para Levy, não adianta "ficar pagando pensão para viúva de 30 anos e depois faltar dinheiro para outras coisas".
O ministro desconversou, no entanto, sobre o corte no orçamento, que será anunciado em breve. Levy "driblou" a pergunta sobre se o contingenciamento das despesas seria de R$ 80 bilhões. Ele disse apenas que o nível de gastos será semelhante ao de 2013, considerado pelo ministro como "confortável" e "compatível" com as receitas. Levy afirmou que Dilma "pegou" um quadro menos favorável e precisou fazer ajustes porque os resultados não estavam alcançando o esperado..