A decisão foi tomada nesta segunda-feira, 27, durante reunião da presidente com o seu núcleo político.
Apesar da decisão inédita, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, negou que a presidente tenha desistido de ir à TV por temor de que haja novos panelaços. O episódio precedeu os atos do "Fora Dilma" de 15 de março.
"A presidenta não teme nenhum tipo de manifestação da democracia. Toda manifestação que é oriunda da construção de um Brasil democrático a presidenta não tem temor com isso", disse Edinho. "A presidente vai dialogar com o trabalhador pelas redes sociais."
Segundo o ministro, a necessidade de uma nova estratégia de comunicação foi "unânime". "A presidenta só está valorizando um outro modal de comunicação. Ela já valorizou as rádios, valoriza todos os dias a comunicação impressa, ela valoriza a televisão e ela resolveu, desta vez, valorizar as redes sociais", afirmou o ministro, escalado para falar ao final da reunião no Palácio do Planalto.
Na avaliação de integrantes do governo, conforme relatos colhidos pelo Estado, não havia anúncio de medidas a serem feitas, caso Dilma se optasse pelo pronunciamento, o que poderia ser um motivo a mais para reacender a reação negativa contra o governo.
A última vez que um presidente não foi à TV para falar no Dia do Trabalhador foi em 2009, quando o ex-presidente Lula optou por comparecer a uma cerimônia alusiva à data, no Rio de Janeiro.
Em 2003, no seu primeiro ano de governo, Lula também não foi à TV, mas esteve presente à uma missa em homenagem aos trabalhadores, em São Bernardo do Campo, em São Paulo.
Lula usava bem menos a estratégia dos pronunciamentos que Dilma.
Lula
Nesta segunda-feira, 27, Dilma se reuniu por cerca de duas horas com Lula da Silva em um hotel de São Paulo. Dilma chegou à capital paulista pouco antes das 14 horas, após visitar a região de Xanxerê (SC), que foi atingida por um tornado na semana passada.
Antes de deixar Xanxerê, a própria presidente disse que iria fazer uma "parada" em São Paulo e depois retornar para Brasília. Sua agenda oficial foi alterada para a inclusão da passagem pela capital paulista. No entanto, não foi citada a reunião com o ex-presidente.
Na sexta-feira passada, Lula cobrou, pela primeira vez em público, que sua afilhada política diga o que pretende fazer neste segundo mandato. "Temos de dizer em alto e em bom som dentro do PT, para a companheira Dilma ouvir e para os nossos deputados e militantes ouvirem, nós precisamos começar a dizer o que nós vamos fazer neste segundo mandato, qual é a nossa política de desenvolvimento que nós vamos colocar em prática", disse Lula em evento do PT. .