Meigan Sack Rodrigues é suspeita de fazer parte do esquema de corrupção investigado pela Operação Zelotes e que foi instalado no Carf para anular ou reduzir multas aplicadas a empresas pela Receita Federal. Dona de escritório, ela seria uma colaboradora de seu pai, Edison Pereira Rodrigues, apontado pelos investigadores como um dos mentores do esquema.
Rodrigues presidiu o 1º Conselho de Contribuintes, órgão que antecedeu ao Carf, deixando as funções em 2005, e seria procurado pelas grandes empresas para anular ou reduzir as autuações da Receita por causa das relações que mantém no Carf e de seu amplo conhecimento. As fraudes, que contariam com a participação de servidores, conselheiros e de ex-conselheiros, podem ter causado prejuízos de R$ 19 bilhões aos cofres públicos. Até agora, já foram apuradas perdas em torno de R$ 6 bilhões.
Dispensas
Além de Meigan Sack Rodrigues, o Diário Oficial traz a dispensa dos conselheiros Valmir Sandri, na Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção, e Moisés Giacomelli Nunes da Silva, na Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção, ambos representantes dos contribuintes. Também há a exoneração de Marcelo Oliveira da presidência da Terceira Câmara da Segunda Seção de Julgamento do órgão.
Outros quatro conselheiros foram dispensados - Maria da Conceição Arnaldo Jacó, José Valdemir da Silva, Arthur José André Neto e Paulo de Barros Carvalho - todos a pedido; e ainda foi designado Marcus Livio Gomes para o mandato de representante da Sociedade Civil no Comitê de Seleção de Conselheiros do Carf.
Consulta pública
Na segunda-feira, 27, o Ministério da Fazenda abriu consulta pública sobre o regimento interno do Carf, com o objetivo de melhorar a gestão do conselho, além de ampliar a transparência e o controle do órgão. As propostas de mudanças ficam em consulta até 4 de maio. Entre as alterações sugeridas pela Fazenda, está a de diminuir o número de turmas de julgamento do órgão de 36 para 18.
Outra proposta em consulta é a criação de uma gratificação de presença aos conselheiros dos contribuintes, em valores condizentes à responsabilidade do cargo, e não mais em verbas simbólicas. Se aprovada, a medida será formalizada em decreto presidencial. "A iniciativa visa a assegurar a independência dos conselheiros representantes dos contribuintes, que poderão se dedicar somente às funções judicantes do Carf", disse a Fazenda em nota..