Brasília - Em participação em audiência na Comissão de reforma política da Câmara nesta terça-feira o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), conclamou os parlamentares a fazerem uma reforma política no Brasil, mesmo que não seja a que é defendida por ele e seu partido.
O vice-presidente defendeu que os deputados não tentem fazer uma reforma política completa, considerada por ele como difícil. Temer disse que os partidos devem escolher "três ou quatro temas" para alterações. "Se quisermos fazer uma reforma política com 12 temas, não vamos chegar a lugar nenhum", advertiu o peemedebista. Na opinião dele, pode haver outras reformas políticas, mexendo em outro temas, "daqui quatro ou cinco anos".
Temer fez discurso em defesa do voto majoritário, princípio do modelo distritão, defendido por ele e pelo PMDB, onde os deputados mais votados são eleitos. Apesar disso, o peemedebista disse que sua posição contra o voto em lista "não é conceitual", mas conjuntural. "Nossos partidos perderam identidade programática", disse Temer, fazendo uma autocrítica, já que comanda o PMDB por mais de uma década.
O peemedebista defendeu ainda o voto obrigatório, apesar de ser "conceitualmente" a favor do voto facultativo. Ele acredita que a "descrença" do brasileiro com a política levaria a uma grande abstenção e não daria legitimidade ao eleito.