Sá revelou que reclamava da situação desde 2005 e que sofria pressão de seu superior direto, Milton Maia, para apoiar pareceres, mas ele se recusou a ratificar os documentos.
Ouvido na condição de testemunha, Sá, que é ex-gerente jurídico da Petrobras, disse que chegou a fazer questionamentos por e-mail e que a sindicância não apurou suas denúncias. Ele contou que foi transferido de área em 2009, chegou a trabalhar "isolado" na empresa e que "algumas pessoas queriam sua punição". Durante a "perseguição" na empresa, ele sofreu enfarto e pensou em deixar a Petrobras. Ainda de acordo com ele, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa sugeriu que ele assumisse uma função em Londres quando ele abordou Costa e avisou que sabia o que ocorria na empresa.
O gerente já havia prestado depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, quando disse que houve alteração de normas padrões de contratação da estatal, criadas em 1999. Na ocasião, ele detalhou como as empreiteiras passaram a ditar regras na Petrobras, via Diretoria de Serviços, e acusou omissão e perseguição do comando da estatal quando ele e outros gerentes tentaram comunicar os desmandos internamente.
Aos deputados, o funcionário da Petrobras disse que sempre teve "muita honra" de trabalhar na companhia e que se sentia "triste em ver o que aconteceu com a Petrobras".
A CPI toma nesta terça-feria, 28, depoimentos de técnicos da Petrobras envolvidos no projeto da Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). As oitivas ocorrem no âmbito da sub-relatoria que investiga superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias no País..