Em depoimento à CPI da Petrobras, o ex-integrante do Comitê de Auditoria da estatal Mauro Cunha disse nesta terça-feira, 28, não ter condições de dizer se haveria mais pessoas envolvidas nos atos de corrupção na companhia, mas admitiu que os canais de controle da empresa não funcionaram adequadamente. Segundo ele, a ouvidoria da Petrobras - que hoje passa por reformulação - não chegou a receber nenhuma denúncia antes da Operação Lava Jato porque funcionários não teriam "tranquilidade para fazer denúncia".
Cunha disse que não aprovou o último balanço da empresa porque foram entregues dezenas de páginas e que não pode avaliar os dados com profundidade de forma "intempestiva". O lançamento dos dados de prejuízo com corrupção, na avaliação dele, foi "inoportuno e adequado". Para ele, tal lançamento foi colocado para ser utilizado como base para cálculo de ressarcimento e acordos de leniência e, eventual fraude, deveria ser lançada no momento da comprovação e não agora. "O prejuízo à Petrobras não é 3% dos valores dos contratos", estimou.