Aos deputados, Sá confirmou que havia ingerência na área de orientação contratual da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) - chamada de clube das empreiteiras - na estatal. O gerente disse que o jurídico da Petrobras participou de reuniões com a Abemi.
Quando foi gerente jurídico de Abastecimento da Petrobras, ele contou que viu "coisas estranhas" e que se recusou a ratificar pareceres, inclusive para pagamentos de serviços não realizados na Diretoria de Serviços numa situação de greve de funcionários da empreiteira. "Fui consultado na época sobre efetuar um pagamento antecipado em serviços não realizados, porque a empresa estava com problema de caixa e minha área foi taxativa e disse que não", afirmou. "O cara pagou por aquilo que não fez. Foi isso que a Petrobras fez", criticou o sub-relator da CPI, deputado Altineu Côrtes (PR-RJ).
Sá relatou uma reunião em que estava a ex-gerente Venina Velosa da Fonseca e que Duque teria reclamado que eles estavam "criando problemas". "Ele disse que a contratação seria da forma como a Engenharia queria e que eventuais sugestões do Abastecimento seriam incorporadas", disse.
Ao ser afastado do setor jurídico da área internacional, em 2009, Sá contou que sua antiga equipe foi chamada de "talibã" e que eles foram orientados a não terem mais contato com ele. Ele reclamou de perseguição.