A formação do grupo, revelada na semana passada pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ganhou corpo após o embate travado entre Eduardo Cunha e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em torno do projeto que regulamenta a prática da terceirização no País.
O grupo definiu que em breve vai levar a Renan Calheiros uma pauta de atuação. Os senadores também decidiram visitar outros parlamentares a fim de aumentar o número de apoiadores da frente. Querem chegar a pelo menos 30 nomes do grupo.
No encontro, os parlamentares reafirmaram a intenção de discutir em outro ritmo no Senado ao menos quatro iniciativas: além da terceirização, as propostas que tratam da redução da maioridade penal, da flexibilização do porte de armas com mudanças no Estatuto do Desarmamento e a que cria o chamado Estatuto da Família, que determina, entre outros pontos, que apenas a união de um homem e uma mulher pode constituir uma família e restringe a possibilidade de adoção por casais homossexuais. Desses, apenas a terceirização já passou pela Câmara.
"Defender históricas conquistas de direitos dos trabalhadores e da cidadania, obtidos graças à luta de diversos movimentos sociais ao longo de anos, e impedir que eles sofram graves retrocessos, é o objetivo que nos une em torno dessa frente progressista suprapartidária", afirmou o grupo, ao final do encontro.
"É um contrapeso a essa agenda conservadora da Câmara e vai ter uma grande aceitação", afirmou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). "Estão querendo nos obrigar a regredir em conquistas sociais de décadas", criticou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que batizou o grupo de "Não Passarão".
Participaram do encontro, além de Lindbergh, Cristovam e Capiberibe, os senadores Paulo Paim (PT-RS), Telmário Mota (PDT-RR), Hélio José (PSD-DF), Roberto Requião (PMDB-PR), Donizeti Nogueira (PT-TO), Regina Sousa (PT-PI), Lídice da Mata (PSB-BA), Roberto Rocha (PSB-MA), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)..