Além de cuidar dos aeroportos brasileiros - como fez na manhã de quarta-feira, 29, em seu gabinete oficial, no Setor Comercial Sul de Brasília, a 4,5 quilômetros do Palácio do Planalto - Padilha, quando passa a cuidar da coordenação política e mapear os cargos de segundo e terceiro escalões para distribuir aos correligionários, atravessa a Esplanada para despachar no quarto andar do Palácio do Planalto, acima do gabinete da presidente Dilma Rousseff. Ou então na Vice-Presidência, ao lado de Temer, no prédio anexo ao Planalto. Questionado sobre seu gabinete no Palácio, Padilha disse: "Despacho de todos os locais, fazendo o que posso para ajudar".
O Ministério das Relações Institucionais tem pouco mais de 100 cargos comissionados para serem ocupados pelo partido. As nomeações tiveram início na semana passada e o primeiro a ser desalojado foi o subsecretário de Assuntos Parlamentares, Jean Keiji Uema, ligado ao PT, que abriu vaga para o ex-secretário-geral da Câmara, Mozart Vianna, que deixa a aposentadoria e volta à política, para cuidar da relação do Planalto com os parlamentares.
Apesar de não existir mais o cargo oficial de ministro das Relações Institucionais, concedido pela presidente Dilma Rousseff a Temer para que ele gerenciasse a crise política que caracteriza este início de segundo mandato, toda a estrutura da pasta continua em pleno funcionamento e comandada, de fato, por Padilha, considerado o "articulador efetivo" do governo.
Ele tem se reunido com os funcionários da secretaria, procurando tomar pé de toda a estrutura e funcionamento do órgão.
O inusitado é que Padilha havia recusado convite de Dilma, no início do mês, para assumir o ministério, após veto do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Nas indicações para ocupação do espaço, Padilha chegou a barrar escolhas do próprio Temer. O vice-presidente queria nomear o ex-ministro dos Transportes do governo Fernando Henrique Cardoso, e ex-presidente da ECT, o piauiense João Henrique Sousa (PMDB), homem de sua confiança para participar da articulação política. Mas Padilha rejeitou a ideia.
Outra mudança já acertada é que o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, que já trabalha na Vice-Presidência com Temer, será transferido para a chefia de gabinete da SRI. As modificações estão sendo feitas aos poucos e, por enquanto, o petista Olavo Noleto, por exemplo, permanece na Subsecretaria de Assuntos Federativos.
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