Os ministros participam de um debate aberto e depois vão se reunir para elaborar uma carta de repúdio à PEC, além de uma série de atos em campanha contra a redução da maioridade. Na abertura do evento, Pepe Vargas defendeu que haja um debate profundo sobre o tema. O ministro defendeu que haja cuidado com a proposta de "soluções milagrosas que não conseguirão entregar o que prometem".
"Não acredito que a sociedade brasileira vai permitir um retrocesso dessa natureza", disse Pepe sobre a PEC. Ele defendeu ainda uma frente "ampla, suprapartidária, intergovernamental e interparlamentar" que se mobilize contra a proposta. Ao falar com a imprensa antes do início do evento, o diplomata e acadêmico Paulo Sérgio Pinheiro, que esteve à frente da secretaria durante parte do governo FHC, disse que a política de Direitos Humanos é uma política de Estado, acima de governos.
Pinheiro afirmou que a população é "engabelada, enganada" pelo Congresso e por "igrejas evangélicas fundamentalistas". Segundo ele, passa-se a ideia falaciosa de que os crimes violentos são majoritariamente cometidos por adolescentes, quando o são na verdade por adultos e quadrilhas. "É covardemente mais fácil para esses senhores a escolha do elo mais fraco para culpar", afirmou.
Nilmário Miranda, que ocupou a pasta durante o governo Lula, falou também na abertura e fez críticas a um bloco "revanchista, conservador e reacionário" que atua no Congresso. Segundo ele, esse bloco tenta não apenas apresentar pautas conservadoras, mas desmontar conquistas da democracia brasileira.
O evento promovido pelo Núcleo de Estudos de Violência da USP em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), conta também com a participação das ex-ministras Ideli Salvatti e Maria do Rosário..