Dilma voltou a justificar a crise econômica do país como consequência de "razões externas e internas". "Os problemas decorrem de dois fatores, um de razão internacional e outro de razão interna", disse. Segundo ela, a duração e a profundidade da crise econômica internacional atingiu principalmente as economias emergentes, com redução drástica do comércio internacional e uma forte queda no preço das commodities. "Nos últimos 7 anos, enfrentamos crise que talvez seja a pior que mundo passou desde 1929", afirmou. "De ordem interna, tivemos sistematicamente anos contínuos de seca no Brasil", completou.
A presidente afirmou que nesse contexto de crise a opção do governo foi por medidas anticíclicas, como subsídio ao crédito e redução de impostos para estimular a produção.
Apesar de ter reduzido o tamanho das medidas anticíclicas, Dilma afirmou que o governo manteve as políticas sociais e ainda há no mercado taxas de juros "extremamente competitivas". "Fizemos a revisão do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), fizemos a proposta da revisão da desoneração da folha, foi um conjunto de medidas, mas é importante afirmar que mantivemos os direitos trabalhistas", ressaltou.
Dilma fez um resumo de suas ações nos últimos anos, destacou a política de valorização do salário mínimo e disse que apesar de o tema ter sido "bastante criticado em alguns debates na campanha" eleitoral do ano passado, nos últimos quatro anos, o aumento do salário mínimo foi de 14,88% acima de inflação. "Entre os milhares de direitos conquistados ao longo da nossa história, poucos são tão importantes como o salário mínimo para um país diminuir a desigualdade", afirmou. A presidente lembrou que em março enviou ao Congresso a política de valorização do mínimo para período 2015-2019. "Acho fundamental que possamos garantir por lei, até 2019, o aumento do poder de compra do salário", afirmou, ressaltando que acredita que o Congresso vai aprovar "essa conquista".
A presidente citou também a política de correção da tabela do Imposto de Renda e a manutenção de alíquota zero para a cesta básica como outras conquistas dos trabalhadores e disse que agora o governo enviou ao Congresso proposta de "algumas correções na política de seguridade social", sem citar nominalmente as Medidas provisória 664 e 665, que as centrais sindicais são contrárias por afirmarem que elas representam perdas de direitos. "(As medidas são) Para evitar distorções e excessos, não pra tirar direitos", afirmou..