"Se for aprovado, obviamente que será solicitada uma ação direta de inconstitucionalidade.
O ministro, assim como seus antecessores de pasta, argumentou que os que defendem a redução da maioridade usam argumentos falaciosos. Disse por exemplo que é muito pequeno o número de adolescentes que cometem crimes. O ministro disse que dos 26 milhões de adolescentes brasileiros, apenas 23 mil estão internados cumprindo medidas socioeducativas, o que representa menos de 0,1% dos adolescentes - ao passo que o país tem a terceira maior população carcerária adulta do mundo, com 700 mil presos em presídios com capacidade pra 300 mil.
"É compreensível que as pessoas queiram resolver o problema da violência, da criminalidade. O que não é compreensível é que propostas que não têm esse condão mágico de resolver a violência e a criminalidade sejam colocadas como a salvação da Pátria no que diz respeito a esse tema. O debate é muito mais complexo", defendeu o ministro
Gregori e Vannuchi
Últimos a chegar ao evento, os ex-ministros José Gregori e Paulo Vannuchi também fizeram defesas emocionadas para que não se reduza a maioridade penal. Gregori, emocionado, fez um apelo "aos de boa fé que defendem essa tese" da redução da maioridade, para que não acreditem que aqueles que fabricam e lucram produzindo armas possam um dia defender a sociedade e empunhar a bandeira da luta contra a violência.
Ele, que foi o primeiro ministro a ocupar a secretaria, disse que a PEC é um "tremendo equívoco".
Gregori tem estado mais recluso desde a morte da esposa, Maria Elena, em fevereiro. Ele se disse feliz de ter força para defender uma "boa causa" como essa. "Deus me ajudou para superar minhas dores e estar mais uma vez nessa companhia, lutando por uma boa causa." Vannuchi discursou brevemente, reforçando a tese de Pepe Vargas. Ele afirmou que se a matéria passar no Congresso haverá disputa "na seara da constitucionalidade"..