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Estado de Minas

Justiça Federal aceita nova denúncia contra Duque e Vaccari por lavagem de dinheiro

Segundo o MPF, a propina no montante de R$ 4,26 milhões dirigida à diretoria de Serviços da Petrobras teria sido repassada como doações oficiais ao PT


postado em 30/04/2015 16:41 / atualizado em 30/04/2015 16:50

Vaccari foi preso no último dia 15, na 12ª fase da Operação Lava-Jato(foto: Antonio More/Gazeta do Povo)
Vaccari foi preso no último dia 15, na 12ª fase da Operação Lava-Jato (foto: Antonio More/Gazeta do Povo)

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos criminais da Operação Lava-Jato, aceitou nesta quinta-feira uma nova denúncia proposta pelo Ministério Público Federal contra o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto e o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque por lavagem de dinheiro.

Segundo o MPF, parte da propina dirigida à diretoria de Serviços da Petrobras teria sido repassada, a pedido de Renato Duque - então diretor de Serviços -, como doações oficiais ao Partido dos Trabalhadores no montante de R$ 4,26 milhões. Esta é a segunda ação penal aberta contra Vaccari. Na primeira ação, ele é acusado de ser o "responsável por acolher as doações e tinha conhecimento da origem e natureza criminosa dos valores".

A ação aberta nesta quinta feira, tem base em depoimento complementar de Augusto Mendonça, executivo do Grupo Setal, um dos delatores da Lava-Jato e que também é réu na ação. Ele afirmou que a empreiteira SOG/SETAL, a pedido de João Vaccari Neto, também direcionou R$ 2 3 milhões das propinas acertadas em pagamentos à Editora Gráfica Atitude, sediada em São Paulo. A gráfica é ligada ao PT.

Parte da propina acertada no esquema criminoso da Petrobrás teria sido direcionada como doações oficiais ao Partido dos Trabalhadores e parte direcionada em pagamentos à Editora Gráfica Atitude", assinalou o juiz Sérgio Moro.

Ao analisar a denúncia que imputa 24 operações de lavagem de dinheiro a Vaccari, o juiz da Lava-Jato observou. "Quanto ao dolo de João Vaccari, há afirmações de criminosos colaboradores de que ele tinha conhecimento da origem e natureza criminosa dos valores envolvidos e, além disso, tratando-se, segundo a imputação, de transferências realizadas com base em contratos simulados, o agir doloso é a explicação provável para o emprego destes estratagemas subreptícios."

"Presentes indícios suficientes de autoria e materialidade, recebo a denúncia contra os acusados Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, João Vaccari Neto e Renato de Souza Duque". O juiz deu prazo de 10 dias para os acusados apresentarem resposta à acusação.

(Com informações de Agência Estado)


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